O "Dia Mundial da Prematuridade" é em 17 de novembro, uma data criada para conscientizar e alertar a população sobre os riscos da prematuridade, motivando a reflexão sobre a importância da prevenção e do acompanhamento pré-natal de grávidas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, ou seja, antes do prazo esperado de 37 a 42 semanas de gestação. São cerca de 40 bebês a cada hora ou seis partos prematuros a cada dez minutos.
Com uma taxa estimada em torno de 12%, de acordo com dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e do Ministério da Saúde dos últimos anos, essa proporção é o dobro da registrada em alguns países europeus. Por outro lado, não está tão diferente da média mundial: mais de um em cada 10 bebês nasce antes do tempo.
Um parto antes da hora é sempre motivo de preocupação, ainda mais para os chamados prematuros extremos, que nascem com menos de 28 semanas de gestação. É que nesse estágio muitos órgãos ainda não estão completamente formados, o que gera maior risco de vida ou de sequelas. Os recém-nascidos prematuros são classificados de acordo com a idade gestacional ao nascer, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria:
Existem diversos fatores de risco para a prematuridade que, algumas vezes, podem ser controlados com um bom acompanhamento pré-natal. Mas também há situações em que o parto é antecipado por decisão médica, quando há indícios de sofrimento fetal, restrição de crescimento ou perigo para a mãe.
Veja, a seguir, algumas causas comuns de prematuridade:
Confira:
Como há muitas causas possíveis para um parto de prematuro, a prevenção depende da identificação precoce dos fatores de risco, e pode incluir, além de repouso e observação, o uso de progesterona, antibióticos e outros medicamentos.
As principais maneiras de se evitar um parto prematuro é consultar o médico antes de tentar engravidar, não só para identificar possíveis infecções, como também para iniciar o uso de suplementos, como o ácido fólico, fundamental para o desenvolvimento fetal.
Depois que a gravidez é confirmada, é fundamental que a gestante vá a todas as consultas e exames do pré-natal, siga todas as orientações médicas, se cuide (o que inclui não fumar, não usar álcool ou drogas e ter uma dieta adequada) e procure atendimento sempre que houver algum sintoma estranho, como secreções ou sangramentos.
Mas é importante lembrar que nem todos os partos prematuros têm causa conhecida. Quando isso acontece, porém, há risco maior de uma nova ocorrência nas gestações seguintes.
Um estudo coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e com iniciativa do Instituto Karolinska (Suécia) revelou que o contato contínuo pele a pele começando imediatamente após o parto – mesmo antes de o recém-nascido ser estabilizado – pode reduzir a mortalidade em 25% em bebês prematuros e abaixo do peso.
O toque constante pele a pele entre mãe/pai e recém-nascido, conhecido como Método Mãe Canguru, é uma das formas mais eficazes de prevenir a mortalidade infantil globalmente. A recomendação atual da OMS é que esse contato comece assim que um bebê abaixo do peso esteja suficientemente estável, o que, para aqueles que pesam menos de dois quilos ao nascer, pode levar vários dias.
Segundo os pesquisadores, a ideia do toque imediato após o parto para recém-nascidos muito pequenos e instáveis encontrou forte resistência. Porém, cerca de 75% das mortes ocorrem antes mesmo que o bebê fosse considerado suficientemente estável.
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Milena Alvarez
Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez