Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h36 - Atualizado às 23h55
Apenas um em cada cinco adolescentes que sofrem assédio sexual em redes sociais como o Facebook reporta o incidente para o provedor do serviço, que, por sua vez, só toma providências em metade dos casos. Esse é o resultado de um estudo publicado nesta quinta-feira (11) no periódico Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking.
O estudo foi feito com 1.015 estudantes de 11 a 19 anos (51% garotos e 49% garotas) de 11 escolas da Bélgica. Do total, 303 (ou 29,9%) dos participantes relataram alguma forma de assédio sexual na sede nos seis meses anteriores às entrevistas. A maioria (78%) dos incidentes ocorreu no Facebook. O Ask.fm e o Instagram aparecem em segundo e terceiro lugar.
Em 46,9% dos casos, os provedores não tomaram nenhuma providência diante da denúncia, e em apenas 29,4% deles o conteúdo em questão foi removido. O trabalho também mostrou que, quanto maior a raiva e a vergonha das vítimas, maior era a dificuldade delas em ter controle sobre a situação.
Para os pesquisadores, da Universidade de Antuérpia, os provedores deveriam, além de remover o conteúdo ofensivo e rastrear os autores do assédio, considerar estratégias de apoio emocional às vítimas. Além disso, os usuários deveriam ser mais bem informados sobre as formas de se gerenciar os recursos das redes.