Pesquisa aponta que acidentes com dildos e vibradores não são tão comuns, mas é preciso cuidado e uso correto
Redação Publicado em 29/07/2021, às 14h49
Algumas pesquisas já mostraram como pessoas adeptas de brinquedos sexuais relatam benefícios e efeitos positivos sobre seu uso. Por exemplo, eles são uma maneira fácil de incluir uma novidade dentro de um relacionamento e manter a tal da “chama acesa”.
Além disso, os brinquedos sexuais também podem ser aliados na hora de conhecer e explorar o próprio corpo, descobrindo, assim, novas fontes de prazer. Eles podem, inclusive, auxiliar na vivência de fantasias sexuais, facilitar o orgasmo e, até mesmo, ajudar a lidar com algumas dificuldades sexuais, como auxiliar homens a terem um melhor controle ejaculatório.
Entretanto, é importante que esses brinquedos sejam utilizados de forma correta e com segurança a fim de evitar qualquer tipo de risco de ferimentos. Normalmente, é pelo uso indevido que algumas pessoas acabam em salas de emergência todos os anos.
Um estudo recentemente publicado no Journal of Sex & Marital Therapy procurou quantificar com qual frequência as lesões relacionadas à utilização errada de brinquedos sexuais ocorrem.
Com base em dados do Sistema Nacional de Vigilância de Lesões Eletrônicas dos Estados Unidos, pesquisadores analisaram informações sobre ferimentos provocados por dildos – também conhecidos como "consolo" – e vibradores que levaram a visitas de emergência aos pronto-socorros do país entre os anos de 2000 e 2019.
De acordo com os achados, estimam-se 18.547 lesões provocadas por vibradores e 6.468 por dildos ao longo desse período. Em média, isso significa cerca de 1.250 acidentes com brinquedos sexuais por ano.
No entanto, segundo os autores, é importante observar que as lesões aumentaram com o decorrer do tempo, passando de algumas centenas anualmente por volta dos anos 2000 para alguns milhares por ano em 2019.
Para ambos, vibradores e dildos, os homens apareceram como sendo mais propensos do que as mulheres a procurarem um pronto-socorro com uma lesão relacionada ao uso indevido desses brinquedos sexuais. Além disso, os ferimentos também foram mais comuns entre os adultos jovens (na faixa dos 20 anos), tornando-se menos frequentes com a progressão da idade.
A maioria das lesões (71% para vibradores e 84% para dildos) aconteceu porque o dispositivo ficou alojado no ânus. O próximo tipo de acidente mais comum foi devido ao brinquedo ficar preso na vagina (18% das lesões do vibrador e 4% do dildo).
Enquanto, frequentemente, os pacientes que chegavam com esse tipo de problema poderiam ser tratados e liberados rapidamente, em 35% dos casos provocados por vibradores e 48% causados pelos dildos foi preciso internação.
Confira:
Os pesquisadores ressaltam ainda que também é possível se machucar com outros tipos de brinquedos sexuais que não foram incluídos no estudo, como equipamentos para a prática do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo), anéis penianos, entre outros. Assim, os números, provavelmente, são subestimados por não contemplarem todos os possíveis ferimentos causados por esses tipos de brinquedos.
Os resultados da pesquisa mostram que, apesar de não serem tão comuns, acidentes e lesões provocadas por brinquedos sexuais existem e parecem ter aumentado à medida que mais pessoas começaram a usá-los.
Por isso, para os pesquisadores, é fundamental que educadores sexuais e terapeutas proporcionem mais informações sobre o uso adequado de brinquedos sexuais, bem como os fabricantes produzam dispositivos de maneiras que minimizem o risco de lesões.
Além disso, dado que o tipo mais comum de acidente está relacionado ao brinquedo preso em alguma cavidade corporal (vagina ou ânus), algumas recomendações práticas podem ajudar a evitar esse tipo de problema:
De qualquer forma, segundo os autores, o intuito do estudo não é dizer que o uso dos brinquedos sexuais deve ser evitado ou que é uma prática perigosa. Pelo contrário, estes dispositivos proporcionam muito mais benefícios do que riscos.
Porém, é importante que, como em qualquer outra atividade ou prática sexual, haja informação e conhecimento do produto para garantir que a experiência seja segura, prazerosa e saudável para todos.
Veja também:
Fetiche por pé: saiba quais são os tipos mais comuns
Confira 10 dicas para chegar ao orgasmo feminino
Separada, Negra Li fala sobre masturbação; veja dicas para o momento
Quais os principais fetiches e fantasias sexuais dos brasileiros?