Redação Publicado em 23/03/2021, às 19h21
Um estudo publicado no International Journal of Eating Disorders mostrou que, quanto maior o tempo de tela, maior a probabilidade de desenvolver transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) no futuro.
Realizado com 11.025 crianças, com idade entre 9 e 10 anos, nos Estados Unidos, o estudo associou cada hora gasta em tela, como as redes sociais nos celulares, a um risco 62% maior de ter a doença, enquanto cada hora gasta assistindo televisão ou filmes foi associada a um risco 39% maior.
Esse é um transtorno caracterizado pela ingestão de grandes quantidades de alimentos em um curto período de tempo, normalmente acompanhado da sensação de perda de controle durante a compulsão alimentar e da sensação de vergonha ou culpa posteriormente. O transtorno da compulsão alimentar periódica pode ser grave e fatal, pois pode causar doenças cardíacas ou diabetes, e é o transtorno alimentar mais comum nos Estados Unidos. Pessoas com transtorno da compulsão alimentar periódica podem estar acima do peso ou com peso normal, mas, ao contrário das bulimias, elas não compensam vomitando, usando laxantes ou se exercitando excessivamente. Normalmente, as pessoas que sofrem com isso comem sozinhas ou em segredo e podem fazer isso até ficarem desconfortavelmente saciadas.
De acordo com Jason Nagata, um dos autores do estudo, as crianças podem ser mais propensas a comer em excesso quando estão distraídas em frente às telas. Além disso, elas também podem ser expostas a mais anúncios de comida na televisão. “Assistir à televisão pode levar a comportamentos de compulsão alimentar devido ao consumo excessivo e perda de controle", explica ele.
Outro problema que pode levar a esse transtorno é o tempo excessivo nas redes sociais. Corpos irreais e inatingíveis podem fazer com que as crianças e os jovens tenham uma ideia negativa sobre seu próprio corpo, o que também é um fator para desencadear a compulsão alimentar.