Giulia Poltronieri Publicado em 22/03/2021, às 08h00
Vira e mexe, viraliza na internet alguma receita caseira e milagrosa contra a candidíase. A mais recente foi a de uma garota, em uma rede social, ensinando mulheres a introduzirem alho dentro da vagina, com a promessa de que isso acabaria com a infecção.
O problema é que, sendo a candidíase muito comum entre as mulheres, as informações se espalham rapidamente e costumam ser utilizadas sem orientação médica. Mas, afinal, será que esse “truque”, ou ainda outros, como passar iogurte na vagina, realmente ajudam a resolver esses problemas íntimos?
Primeiro, é preciso entender exatamente o que é isso que tanto é falado pela internet. O ginecologista e obstetra Domingos Mantelli explica que essa é uma infecção na região genital causada por um fungo, o qual se prolifera geralmente em ambientes quentes e úmidos, ou seja, a vagina acaba sendo um lugar propício para ele se instalar.
Entre os sintomas possíveis, estão:
Esse é um problema supercomum em mulheres, porque, além de as condições da vagina favorecerem a proliferação do fungo, ainda há alguns hábitos que também ajudam nisso, como o uso de calcinhas com material sintético, ficar com o biquíni molhado por muito tempo, roupa muito justa e apertada e a transpiração no local.
O desequilíbrio da flora e do PH vaginais também contribuem muito, bem como os hábitos alimentares. Dietas ricas em açúcares e carboidratos são grandes aliados da proliferação do fungo da candidíase.
Mantelli explica que, normalmente, é feito via oral e via vaginal, através do uso de antifúngicos e também de pró e prebióticos, para equilibrar a flora e o PH vaginal.
“Todos os tipos de receita caseira não são recomendados, ainda mais se a mulher já estiver com a candidíase. Nesse caso, é melhor procurar um médico para receber a orientação do tratamento adequado. Até porque existem vários tipos de corrimento vaginal. A candidíase é apenas um deles, então, às vezes, a pessoa pode até se confundir, achando que está com essa infecção, mas que na verdade é outra, com outro tipo de tratamento. O ideal é não se automedicar!”, alerta Mantelli.