Relatório alerta para aumento dos casos de sífilis na Europa

Em países como Bélgica, França, Alemanha, Portugal e Reino Unido, o aumento foi de 50% entre 2010 e 2014

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h39 - Atualizado às 23h54

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Um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças mostra que as taxas de sífilis na Europa aumentaram bastante nos últimos quatro anos. E quase dois terços dos 24.541 casos registrados em 2014 referem-se a homens que fazem sexo com homens.

Em países como Bélgica, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega, Portugal e Reino Unido, o crescimento foi de 50%. A taxa média, considerando-se os 29 membros da União Europeia que apresentaram dados, foi de 5,1 casos para cada 100 mil pessoas.

A maioria das infecções ocorreu em indivíduos com mais de 25 anos, enquanto a população de 15 a 24 anos respondeu por 13% dos casos. A incidência dessa doença sexualmente transmissível (DST) cresceu especialmente nos indivíduos com 45 anos ou mais – a proporção aumentou de 18% para 30% em uma década.

Para os autores, a tendência de alta está ligada a mudanças no comportamento sexual observadas entre os homens que fazem sexo com homens. Mas o aumento do rastreamento de DSTs entre soropositivos também pode ter contribuído para os resultados. Os pesquisadores acreditam que é preciso reforçar as campanhas voltadas para esse público, incluindo abordagens via redes sociais e aplicativos de encontros.

No Brasil, o avanço da doença também é motivo de preocupação. A sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê, que tem notificação obrigatória no país) foi registrada em 13.704 crianças em 2013 (4,7 para cada 1.000 nascidos vivos). Só no primeiro semestre de 2014, foram 16.266 infecções. A estimativa do Ministério da Saúde para este ano é de mais de 22 mil crianças infectadas e um total de 42 mil gestantes com a doença. Para os especialistas, o relaxamento no uso de camisinha é a principal causa desse aumento.

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