Ambos os comportamentos são prejudiciais e costumam ser adotados por motivos diferentes, segundo estudo
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h23 - Atualizado às 23h56
Quando você tem um conflito com seu parceiro (a) ou alguém próximo, você costuma se isolar como uma tartaruga que se esconde dentro do casco? Ou espera que o outro perceba sozinho o que está te incomodando? Ambos os comportamentos são adotados por motivos diferentes e são uma praga para o relacionamento, segundo estudo feito por psicólogos da Universidade Baylor, nos Estados Unidos.
Segundo o líder do trabalho, o professor de psicologia e neurociência Keith Sanford, a tendência a se isolar, ou se retirar, é o comportamento mais problemático para as relações a dois. Trata-se de uma reação de defesa, e não deve ser confundida com indiferença.
Já quem espera que o outro adivinhe o que está passando pela sua cabeça, o que o pesquisador chama de “imobilidade passiva”, costuma fazer isso porque está ansioso com o relacionamento. E isso dificulta bastante a solução de conflitos. A análise foi publicada na revista Psychological Assessment, da Associação Americana de Psicologia.
Para chegar às conclusões, foram feitas três pesquisas. Na primeira, 2.588 participantes casados ou em união estável preencheram um questionário anônimo, descrevendo um único conflito em detalhes e elegendo um índice de satisfação com o relacionamento. Na segunda, 223 adultos comprometidos responderam às perguntas. E, na terceira, 135 estudantes de graduação comprometidos fizeram o mesmo.
Sanford concluiu que quase todo mundo se isola de vez em quando durante um conflito, especialmente os indivíduos mais entediados ou apáticos. Mas as pessoas tendem a fazer isso com mais frequência em relacionamentos problemáticos, segundo ele.
Já aqueles que acreditam estar sendo negligenciados tendem a esperar que o parceiro adivinhe o que estão sentindo. Essas pessoas têm dúvidas sobre o quanto são amadas de verdade, e são mais propensas a reagir com raiva, levando a situação para uma espécie de beco sem saída.
Para o pesquisador, é importante que as pessoas tenham consciência desse tipo de comportamento e tentem buscar uma abordagem mais construtiva durante os conflitos. Claro que falar é fácil, mas a simples autoanálise já pode fazer toda a diferença.