Estudo norte-americano mostra que conselhos não solicitados só geram tensão, em vez de trazer benefício para as mães
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h47 - Atualizado às 23h54
Seis em cada 10 mães de crianças com idades entre 0 e 5 anos dizem que já foram criticadas pela forma como cuidam, educam ou alimentam seus filhos, mostra um levantamento feito nos Estados Unidos com 475 mulheres. Essas alfinetadas geram mais resultados negativos do que positivos, segundo pesquisadores da Universidade de Michigan, que analisaram os resultados.
Os autores dão o exemplo de mulheres famosas que já foram criticadas publicamente, como a atriz Reese Witherspoon, que há alguns anos causou frenesi ao postar a foto de um prato com os doces de canela que ofereceu no café da manhã para o filho de 2 anos. Ao contrário dessas personalidades, a maioria das mães é atacada por gente da própria família.
Do total de entrevistadas, 37% disseram ter sido pressionadas pelos próprios pais. Em seguida, aparecem os sogros ou os próprios maridos, apontados por 36% das mulheres. As cunhadas e cunhados aparecem em terceiro lugar (31%). As mães ouvidas relataram ter se incomodado bem menos com críticas recebidas de amigos, médicos, cuidadores ou comentaristas de mídias sociais.
O tema mais frequente das “broncas” recebidas pelas mães foi disciplina (70%), seguido de nutrição (52%), sono (46%), amamentação x mamadeira (39%) e segurança (20%).
Os autores observam que o tema da disciplina é especialmente propenso a gerar conflitos, já que envolve questões culturais e visões que mudam ao longo das gerações. Informações sobre saúde e segurança também costumam se modificar com o tempo, por isso é melhor que a referência seja mesmo o pediatra.
Quarenta e dois por cento das mães afirmaram que a crítica gerou insegurança, porém fez com que consultassem um especialista para fundamentar as próprias escolhas, o que é positivo. E metade das entrevistadas disse que passou a evitar o parente que exagerava nos “pitacos”.
Conselhos não solicitados podem ser encarados como alfinetadas e só geram tensão, em vez de trazer algum benefício para a mãe. Por isso os autores do estudo dão um recado para os parentes: se quiser dar sua opinião, faça isso com empatia e encorajamento, não em tom de crítica. Afinal, os conhecimentos mudam e ninguém sabe tudo.