Pesquisadores sugerem que uma “idade subjetiva” menor traz benefícios funcionais para a saúde
Redação Publicado em 07/05/2021, às 14h04
Um novo estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia sugere uma razão potencial para explicar a ligação entre idade subjetiva e saúde: sentir-se mais jovem pode ajudar a proteger adultos de meia-idade e idosos contra os efeitos nocivos do estresse.
De acordo com os resultados, aqueles que se sentem mais jovens apresentam uma sensação maior de bem-estar, melhor funcionamento cognitivo, menos inflamação, menor risco de internação e, até mesmo, têm maiores chances de viver mais do que seus pares com “idade subjetiva” mais velha.
O estudo, publicado na revista Psychology and Aging, analisou três anos de dados de 5.039 participantes da German Ageing Survey, uma pesquisa longitudinal realizada com residentes da Alemanha na faixa etária de 40 anos ou mais.
As perguntas da pesquisa se relacionavam à quantidade de estresse percebido na vida das pessoas e à saúde funcional, como o quanto elas eram limitadas em atividades cotidianas, como caminhar, se vestir e tomar banho. Além disso, os participantes também indicaram suas “idades subjetivas” respondendo à pergunta: “Com quantos anos você se sente?”.
Os dados mostraram que, em média, os entrevistados que relataram mais estresse em suas vidas experimentaram um declínio mais acentuado da saúde funcional ao longo dos três anos de análise. Essa relação foi mais forte entre os participantes cronologicamente mais velhos.
Em contrapartida, a idade subjetiva menor parecia fornecer uma espécie de tampão protetor aos efeitos nocivos do estresse. Entre pessoas que disseram sentir-se mais jovens do que a sua idade cronológica, a associação entre estresse e declínios na saúde funcional foi mais fraca. Inclusive, esse efeito protetor mostrou-se mais forte entre os participantes mais velhos.
Segundo os pesquisadores, é natural que a saúde funcional diminua com o avanço da idade, variando de pessoa para pessoa. Ou seja, algumas pessoas entram na velhice com a saúde boa e intacta enquanto outras experimentam uma queda acentuada na funcionalidade, o que pode até resultar na necessidade de cuidados em longo prazo.
Assim, os achados apoiam o papel do estresse como fator de risco para o declínio da saúde funcional, principalmente entre os idosos, bem como a importância do apoio à saúde e da “idade subjetiva” como uma forma de proteção.
Para os autores, os resultados sugerem também que intervenções podem ajudar pessoas a se sentirem mais jovens e, consequentemente, reduzir os danos causados pelo estresse, melhorando a saúde dos idosos.
Embora mais estudos sejam necessários para determinar quais são essas iniciativas e quais delas funcionariam melhor, os pesquisadores acreditam que algumas estratégias podem auxiliar na busca por esses objetivos, como realizar campanhas para combater os estereótipos negativos da idade e promover visões positivas sobre o envelhecimento.
Ainda segundo a equipe envolvida na pesquisa, mais análises são necessárias para descobrir a lacuna ideal entre a idade subjetiva e a cronológica, já que estudos anteriores mostraram que é útil se sentir mais jovem até um ponto, mas que os benefícios diminuem à medida que a diferença entre a idade subjetiva e cronológica aumenta.
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