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Será que é seguro ter relações sexuais usando o disco menstrual?

O disco não interfere na lubrificação e evita que a menstruação vaze durante o sexo - Reprodução / Instagram (@inciclo)
O disco não interfere na lubrificação e evita que a menstruação vaze durante o sexo - Reprodução / Instagram (@inciclo)

Giulia Poltronieri Publicado em 18/01/2021, às 09h18

Em alternativa ao absorvente comum, muitas mulheres têm optado por usar outros métodos durante a menstruação, como os coletores menstruais. Embora tenham a mesma função, há uma diferença entre o copo e o disco: a possibilidade de ter relação sexual. 

Como funciona: 

O disco menstrual tem os mesmos benefícios do copo. Com ele, ainda dá para dormir , ir à praia, entrar no mar e fazer atividades físicas sem se preocupar com vazamentos. A diferença é que o coletor menstrual é inserido na entrada do canal vaginal; já o disco fica posicionado mais ao fundo, encaixado no colo do útero. Desse jeito, o canal vaginal fica “livre” e isso muda tudo: é possível ter relações sexuais com penetração.

Na hora da transa, nem a usuária, nem seu parceiro ou parceira vão sentir que o disco está sendo utilizado. O produto não interfere na lubrificação vaginal e promete não vazar a menstruação durante o sexo.

É claro que o sexo pode ser feito durante o período menstrual, mesmo sem o uso do disco ou qualquer outro coletor”, explica Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da Inciclo, marca pioneira no mercado de coletores menstruais no Brasil. “Mas muita gente não se sente confortável em fazer sexo com a presença de sangue ou querem evitar mancha nos lençóis. O disco oferece essa praticidade”, completa, destacando as vantagens do produto.

Por ter um design anatômico, o disco possui um tamanho único. Em contrapartida, o coletor está disponível em três tamanhos, divididos entre: teen, para adolescentes, modelo A, para mulheres acima dos 30 anos ou com filhos, e modelo B, para mulheres sem filhos e com menos de 30 anos.

Para quem tem dúvida, a ginecologista e obstetra, especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO, Karina Tafner, explica que tanto o coletor quanto o disco não oferecem nenhum tipo de risco à saúde feminina: "Desde que sejam utilizados conforme orientações, não há problema. Eles são feitos de silicone médico hipoalergênico, o que diminui os riscos de infecções e evita possíveis alergias no local. Porém, mulheres com colo do útero “baixo” podem não se adaptar muito bem ao disco menstrual".

Como utilizar:

Geralmente em formato oval, o disco precisa ser trocado em média apenas a cada 12h. O modelo da Inciclo, chamado Lovin, tem capacidade para coletar até 40 ml de sangue. Ele é 100% silicone hipoalergênico, macio e transparente, sem adição de nenhum tipo de corante e pode ser reutilizado por 3 anos.

O Lovin é tamanho único e não precisa da musculatura da vagina e de vácuo para se manter no lugar. “O design anatômico do produto faz com que ele se adapte a todos os corpos, independente da idade, intensidade do fluxo ou se já teve filhos”, reforça Mariana.

Para utilizar, é simples: com as mãos higienizadas, o disco deve ser dobrado e inserido até que chegue no fundo da vagina, com a parte mais larga voltada para dentro. Aí é só guiar o disco por cima do osso púbico com o dedo e deixá-lo em volta do colo do útero, que é por onde sai a menstruação. A função do disco é cobrir o colo, como se fosse uma “capa protetora”.

Depois de passada 12 horas, deve-se retirá-lo. Para isso, é importante lembrar de lavar bem as mãos. Como o canal vaginal tem em média de 7 a 10 cm, é totalmente possível alcançar a borda do disco com o dedo. Basta puxar. A dica, nesse caso, é sentar no vaso sanitário para ficar mais confortável.