Falar sobre o tema é importante para incentivar a procura de ajuda
Léo Fávaro Publicado em 01/09/2021, às 08h00
Setembro marca o mês de prevenção ao suicídio. No Brasil, a campanha Setembro Amarelo começou em 2014, numa parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina. Os números justificam a importância de se falar sobre o tema: em todo o mundo, mais de 1 milhão de pessoas tiram sua própria vida anualmente. Apenas aqui, são cerca de 12 mil mortes.
Em cerca de 96,8% dos casos, o suicídio estava relacionado a algum transtorno mental, principalmente a depressão, seguida do transtorno bipolar e de abuso de substâncias. Assim, o correto tratamento dessas condições é uma arma importante de prevenção.
Para a campanha deste ano, a temática escolhida foi “Agir salva vidas”, reforçando a necessidade de falar sobre o suicídio em vários espaços e de diversas formas.
Confira:
Filmes e documentários podem ser um ponto de partida para a discussão do tema, por isso reunimos cinco filmes que abordam o suicídio, ainda que de forma indireta, e oferecem diferentes visões sobre seus impactos na vida de sobreviventes, amigos ou familiares.
Atenção: os trechos abaixo podem conter spoiler dos filmes, e as obras podem ter conteúdo sensível para algumas pessoas.
E lembre-se: se você está passando por um momento difícil em sua vida e pensa em suicídio, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é um importante canal de ajuda. Para mais informações, você pode acessar a página do CVV neste link ou ligar para 188.
Direção: Gustavo Rosa de Moura
Ano de lançamento: 2016
Sinopse: Denso, o filme conta a história de Júlia (Marina Person), uma mulher com depressão e algumas tentativas de suicídio. Seu marido, Eduardo (João Miguel), tenta lidar com seu trabalho de apresentador de TV ao mesmo tempo em que precisa ajudar a esposa a enfrentar os desafios que a fazem querer tirar a própria vida, além de falar com os filhos sobre a condição da mãe. Mais do que falar sobre suicídio, o filme mostra o entorno dessa temática, como os aspectos familiares e a vida após a tentativa de tirar a própria vida.
Onde ver: Amazon Prime Video
Direção: Stephen Chbosky
Ano de lançamento: 2012
Sinopse: Baseado no livro homônimo de Stephen Chbosky, o filme conta a história de Charlie, que desde a infância enfrenta problemas como depressão, traumas e ansiedade. Após um período internado em decorrência de uma crise causada pelo suicídio de seu melhor amigo, Charlie precisa se adaptar a uma nova escola, onde faz novos amigos, vive experiências únicas e passa a contemplar a vida por uma nova ótica, se sentindo "infinito".
Onde ver: Amazon Prime Video, Netflix, Google Play, YouTube
Direção: Emerald Fennel
Ano de lançamento: 2020
Sinopse: O filme que ganhou o Oscar de melhor roteiro original na premiação de 2021 conta a a história de Cassie (Carey Mulligan), uma jovem brilhante que abandona a faculdade de medicina depois que sua melhor amiga comete suicídio. A retirada da própria vida é um tema paralelo no filme, que mostra como o episódio também pode impactar de forma imprevisível a vida das outras pessoas.
Onde ver: Google Play, YouTube
Direção: Jacqueline Monetta e Kiki Goshay
Ano de lançamento: 2017
Sinopse: Este documentário é baseado na história da própria diretora, Jacqueline Monetta, que aos 18 anos tenta entender o suicídio de sua melhor amiga conversando com jovens com ideações suicidas. Sem nunca ter percebido nenhum sinal de que a amiga não estava bem, Monetta questiona seu papel enquanto amiga daquela que se foi e nessa busca por respostas, ela se vê numa posição de empatia e compreensão por aqueles que tentam tirar sua própria vida.
Onde ver: Netflix
Direção: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Ano de lançamento: 2006
Sinopse: Após tentar o suicídio por causa de um rompimento amoroso, Frank (Steve Carrell) deixa a clínica psiquiátrica e vai morar com a família da irmã (Toni Collette). Todos viajam para um concurso de beleza infantil na Califórnia, numa aventura tragicômica que revela as dificuldades de cada um. O filme ressalta a importância das relações interpessoais, ainda que imperfeitas, na recuperação. E também mostra o quanto abordar a questão do suicídio pode ser difícil até dentro da própria família.
Onde ver: Amazon Prime Video, YouTube, Google Play
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* Léo Fávaro é estudante de medicina.
** Colaborou Tatiana Pronin
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