Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h38 - Atualizado às 23h55
Será que fazer sexo com frequência melhora o relacionamento? Pesquisadores descobriram que casais que transam muito não relatam maior satisfação do que os que transam menos. Mas quando se busca analisar as respostas mais espontâneas, que não passam pelo racional, o cenário é diferente.
Segundo estudo publicado no periódico Psychological Science, da Associação para a Ciência da Psicologia, a frequência das relações sexuais pode não interferir no que uma pessoa diz sobre o relacionamento, mas tem influência, sim, sobre os sentimentos mais viscerais em relação ao parceiro.
Do ponto de vista evolutivo, o sexo frequente traz uma série de benefícios, como aumentar as chances de concepção e unir os parceiros, o que facilita a criação dos filhos. Por isso, a equipe, da Universidade do Estado da Flórida, ficou surpresa ao descobrir que, ao perguntar aos casais sobre a satisfação com a vida a dois, esse fator não fazia muita diferença nas respostas.
Mas então eles decidiram analisar as sensações mais automáticas, que não passam pela razão, e viram que a coisa muda de figura.
Na primeira parte do estudo, 216 casais recém-unidos responderam a uma pesquisa de satisfação com o relacionamento. Eles também tinham que dizer com que frequência transavam.
Em seguida, eles tinham que completar uma tarefa de classificação no computador. Uma palavra aparecia na tela e eles tinham que indicar se ela era positiva ou negativa. Antes de cada termo aparecer, porém, a foto do parceiro era exposta na tela por uma fração de segundos.
A lógica desse tipo de teste é que, quanto mais veloz é a resposta, mais forte é a associação entre o parceiro e a palavra que aparece na tela. Responder mais lentamente aos termos negativos significa, portanto, sensações implícitas mais positivas em relação ao relacionamento.
Quanto maior a frequência de sexo do casal, mais os parceiros eram associados a atributos positivos nessa segunda parte da pesquisa. Isso valeu tanto para os homens quanto para as mulheres.
Para os autores, algumas pessoas podem até estar insatisfeitas, mas não querem admitir a realidade para os outros ou mesmo para si mesmos. Ainda segundo os pesquisadores, as experiências afetam bastante as nossas avaliações sobre o relacionamento, mais do que a gente imagina.