Sexo realmente traz benefícios à saúde?

Pesquisas apontam que sim, mas muitas estão defasadas e precisam de atualização

Redação Publicado em 15/11/2021, às 13h00

Pesquisa mostra que mulheres sexualmente ativas têm um risco menor de eventos cardíacos mais tarde na vida - iStock

O sexo pode impulsionar certos aspectos do bem-estar e da saúde física das pessoas, sugerem algumas pesquisas. No entanto, vários estudos sobre o assunto estão desatualizados e nem todos os benefícios potenciais se aplicam a todos. Pesquisas científicas destacam vários benefícios possíveis, além da procriação, que vêm com a relação sexual.

Essas vantagens incluem preservar a saúde cardíaca em algumas pessoas, reduzir a pressão arterial e aumentar a imunidade. O sexo também pode melhorar o humor, os relacionamentos e o bem-estar mental. Confira a seguir alguns benefícios que estão sendo estudados.

Saúde do coração

O sexo com parceiros parece ter algum efeito protetor sobre a saúde cardiovascular, especialmente para as mulheres. Um estudo de 2016 analisou os benefícios potenciais da atividade sexual com um parceiro regular para a saúde. Essa pesquisa mostra que mulheres sexualmente ativas têm um risco menor de eventos cardíacos mais tarde na vida.

No entanto, o estudo também concluiu que altos níveis de atividade sexual podem aumentar o risco de eventos cardiovasculares em homens. Esta conclusão contradiz a maioria das pesquisas anteriores, e mais estudos são necessários para verificar esse risco. Homens e mulheres com problemas cardíacos devem perguntar a um médico sobre quanto sexo é seguro para eles. Eles também devem ser específicos sobre a regularidade e intensidade com que fazem sexo, pois isso pode afetar a sobrecarga potencial para o coração.

Pressão 

O mesmo estudo de 2016 também mediu a pressão arterial como um dos marcadores da saúde cardíaca. Os pesquisadores descobriram que mulheres mais velhas que expressaram satisfação com sua vida sexual eram menos propensas a ter pressão alta.

No entanto, os autores do estudo não encontraram os mesmos resultados em homens mais velhos. De acordo com a Associação Americana do Coração, a hipertensão pode afetar a libido e a capacidade do homem de alcançar e manter uma ereção. Medicamentos para pressão alta também podem reduzir a libido e causar disfunção erétil.

Embora isso não confirme um benefício, pode mostrar uma ligação entre a pressão arterial e a saúde sexual. Muitas pessoas com pressão alta ou hipertensão têm preocupações com a segurança quando se trata de relações sexuais. Embora seja sempre importante falar com um médico, geralmente é seguro para pessoas com pressão alta fazerem sexo. Se o medicamento para hipertensão estiver causando dificuldades sexuais, a pessoa pode conversar com o médico, que pode prescrever um medicamento ou dosagem diferente para aliviar os efeitos adversos.

Ter relações sexuais com frequência também melhora o sistema imunológico - iStock

Sistema imunológico

Algumas pesquisas anteriores descobriram que o sexo regular aumenta a eficácia do sistema imunológico. Os pesquisadores descobriram que pessoas que faziam sexo com frequência, que eles definiram como uma a duas vezes por semana, tinham mais imunoglobina A (IgA) em seu sistema do que outras. IgA é um anticorpo que vive no tecido da mucosa, como as glândulas salivares, nariz e tecido vaginal. No entanto, é importante reconhecer que esse estudo é de 2004 e os resultados não foram confirmados por outros estudiosos. 

Um estudo mais recente analisou um pequeno grupo de mulheres para ver se havia diferenças entre a atividade imunológica das que eram sexualmente ativas e das que não eram. O estudo examinou a capacidade do sistema imunológico de destruir diferentes patógenos infecciosos em diferentes períodos do ciclo menstrual. Embora os resultados sugiram que possa haver algumas diferenças entre os grupos, os autores dizem que mais pesquisas são necessárias antes de tirar quaisquer conclusões.

Câncer de próstata

Um estudo anterior, novamente de 2004, descobriu que a alta frequência de ejaculações pode reduzir o risco de câncer de próstata. O estudo investigou quase 30 mil homens, observando quantas vezes eles ejaculavam em diferentes momentos de suas vidas. Conclui-se que aqueles que ejaculavam mais de 21 vezes por mês tinham um risco menor de câncer de próstata do que os que ejaculavam de quatro a sete vezes por mês.

Em 2016, os pesquisadores ampliaram este estudo para dez anos adicionais para continuar a pesquisa sobre o risco dos participantes de desenvolver câncer de próstata. Este acompanhamento confirmou os achados iniciais. Os homens que ejaculavam com mais frequência tinham menor risco de câncer de próstata que aqueles que ejaculavam com menos frequência.

Estresse

O sexo pode servir como uma forma natural de aliviar o estresse. Um estudo de 2019 analisou o efeito da intimidade com um parceiro nos níveis de cortisol, hormônio esteroide que circula pelo corpo em resposta ao estresse. Os pesquisadores descobriram que as expressões de intimidade, sejam elas sexuais ou não, ajudaram a trazer os níveis de cortisol em homens e mulheres de volta aos limites normais. O sexo desencadeia a liberação de oxitocina, endorfinas e outros hormônios do “bem-estar”, que podem ser responsáveis por esse efeito de redução do estresse.

Sono

A Fundação Nacional do Sono, nos Estados Unidos, sugere que a atividade sexual traz benefícios hormonais para o sono. Os mesmos hormônios que reduzem o estresse e a ansiedade também são responsáveis por induzir à sonolência. O sexo leva à liberação de oxitocina, dopamina e endorfinas por todo o corpo. Depois que uma pessoa atinge o orgasmo, outro hormônio chamado prolactina começa a circular, este induz sentimentos de satisfação e relaxamento.

Precauções

Embora o sexo possa ser uma atividade prazerosa e potencialmente saudável, é essencial lembrar que o sexo sem proteção pode representar um risco para a saúde geral. Pessoas que fazem sexo sem usar anticoncepcionais/preservativos correm o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez não planejada.

O uso de preservativo ou outro método anticoncepcional pode reduzir o risco dessas ocorrências.  Já se o sexo se tornar doloroso ou causar sangramento, a pessoa deve falar com um profissional de saúde.

Sexo demais é doença?

A Associação Americana de Educadores, Conselheiros e Terapeutas em Sexualidade (AASECT) não encontrou evidências empíricas suficientes para classificar a dependência de sexo como um transtorno de saúde mental. Se você está se sentindo incomodado por impulsos sexuais, pensamentos ou comportamentos que parecem fora de controle, seus relacionamentos estão sendo afetados ou qualquer área de sua vida está sendo afetada negativamente, então é melhor procurar ajuda profissional.

Fonte: MedicalNewsToday

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