Redação Publicado em 25/08/2022, às 16h00
Tristeza, medo, conflito ou outras emoções negativas podem levar a um tipo incomum de ataque cardíaco, conhecido como “síndrome do coração partido''. Porém, um novo estudo sugere que emoções positivas também são capazes de desencadear o problema – e, nesse caso, a condição ficou conhecida como "síndrome do coração feliz".
A pesquisa contou com dados de um registro de 2.482 pessoas com síndrome do coração partido, formalmente chamada de cardiomiopatia por estresse. Estressores físicos, incluindo condições médicas ou procedimentos, também podem causar o problema.
Mas, em casos raros, essa condição ocorre com eventos felizes, uma festa de aniversário, um casamento ou o nascimento de um neto, por exemplo. Além disso, os resultados também mostraram que a maioria desses casos atinge os homens.
De acordo com os dados, 910 participantes (36,7%) apresentaram gatilho emocional, sendo 873 "corações partidos" (95,9%) e 37 "corações felizes" (4,1%). Os pacientes com síndrome do coração feliz foram mais frequentemente do sexo masculino (18,9% vs. 5,0%).
Complicações hospitalares, incluindo morte, edema pulmonar, choque cardiogênico ou acidente vascular cerebral representaram 8,1% dos casos de "coração feliz" contra 12,3% de "coração partido". Já as taxas de mortalidade de longo prazo representaram 2,7% vs. 8,8%, respectivamente.
Confira:
A “síndrome do coração partido” ou de Takotsubo é uma cardiopatia rara que foi descrita pela primeira vez por médicos japoneses em 1990. O nome escolhido é o mesmo dado pelos pescadores para a armadilha usada para capturar polvos (tako = polvo; tsubo = jarra ou vaso). Na síndrome, parte do coração ganha esse mesmo formato.
A condição apresenta sintomas que se assemelham a um infarto, podendo levar a uma insuficiência cardíaca severa e, em alguns casos, até ser fatal. Mas, em geral, ela é tratável e a recuperação pode ser completa dentro de semanas e com um baixo risco de reincidência.
Entre os principais sintomas estão: aperto no peito, dificuldade para respirar, tonturas e vômitos, perda do apetite e dor no estômago. Além disso, raiva, tristeza profunda, depressão, dificuldade para dormir, cansaço excessivo, perda da autoestima e sentimentos negativos também podem ser sinais da presença da síndrome.
Existem alguns fatores que predispõem uma pessoa a desenvolver a doença, como depressão, saúde mental debilitada e doenças cardíacas. Mas indivíduos saudáveis também estão suscetíveis e, ao contrário da "síndrome do coração feliz", nesse caso são as mulheres as consideradas mais vulneráveis.
As causas ainda estão em estudo, mas são relacionadas a um evento estressante: morte, separação, traição, distanciamento, rejeição ou, até mesmo, uma surpresa boa, como ganhar na loteria. Todas estas situações podem provocar um aumento da produção de hormônios do estresse, como o cortisol, e podem gerar contração exagerada de alguns vasos cardíacos, causando danos ao coração.
Não existe um tratamento específico. Em casos mais graves, são utilizados os mesmos medicamentos para insuficiência grave associada ao infarto e também apoio psicológico ou psiquiátrico.
A recomendação é evitar o estresse, um dos fatores que podem desencadear a síndrome. Contato social, mesmo à distância, atividades físicas e relaxamento podem ajudar a diminuir a tensão.
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