Pesquisadores analisaram a prevalência do problema em todo o mundo
Tatiana Pronin Publicado em 01/02/2024, às 09h00
Para algumas mulheres, a famosa TPM (Tensão Pré-Menstrual) pode ter sintomas mais intensos e graves. Nesse caso, a condição é chamada de síndrome pré-menstrual disfórica (ou transtorno disfórico pré-menstrual).
Pesquisadores do departamento de psiquiatria da Universidade de Oxford, nos EUA, analisaram estudos feitos no mundo todo e concluíram que 1,6% das mulheres atendem aos rigorosos critérios diagnósticos para a síndrome. A proporção equivale a 31 milhões de mulheres.
Quando se considera apenas diagnósticos provisórios, em que os sintomas não foram medidos por tempo suficiente para atender aos critérios diagnósticos, a proporção é praticamente o dobro: 3,2% das mulheres.
A equipe utilizou dados de 50.659 participantes do sexo feminino de 44 estudos, realizados em seis continentes.
As manifestações da síndrome pré-menstrual disfórica são:
- alterações de humor (como depressão e ansiedade);
- sintomas físicos (como sensibilidade nos seios e dor nas articulações);
- problemas cognitivos (como dificuldade de concentração ou queixas de memória).
De acordo com os pesquisadores, a proporção de 1,6% deve ser subestimada, já que os critérios diagnósticos são rigorosos. E eles alertam que uma minoria de mulheres com a síndrome pode ter pensamentos suicidas.
Infelizmente, existe poucos médicos e mesmo psiquiatras treinados para lidar com a síndrome, que apesar de debilitante é tratável.
Os autores afirmam que os dados desafiam muitas preconcepções sobre a doença, incluindo a ideia de que se trata de uma medicalização de sintomas menstruais "normais", ou que seria uma "síndrome da cultura ocidental".
A psicóloga Clare Knox, coautora do artigo e que já sofrou com a síndrome, observa que milhares de mulheres sofrem em silêncio com sintomas que impactam profundamente suas vidas.
"Esta cifra impressionante é um alerta, destacando a necessidade urgente de processos diagnósticos aprimorados, planos de tratamento eficazes e sistemas de apoio robustos para as pessoas afetadas” afirmou.
O artigo "A prevalência da síndrome pré-menstrual disfórica: Revisão sistemática e meta-análise" foi publicado no Journal of Affective Disorders.
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