Redação Publicado em 19/10/2022, às 12h00
O papilomavírus humano (HPV) é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum do mundo. Segundo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças do Papilomavírus Humano, entre 75% a 80% da população será acometida por pelo menos um dos tipos do HPV ao longo da vida. Mais de 630 milhões de homens e mulheres estão contaminados no mundo. No Brasil, estima-se que haja 9 a 10 milhões de infectados por esse vírus e que, a cada ano, 700 mil novos casos ocorram.
Alguns tipos de infecção por HPV podem ser considerados perigosos, pois podem evoluir para câncer de colo de útero e outros tipos de câncer, caso se não sejam tratados. Infelizmente, muitos tipos de HPV não levam a pessoa a ter lesões visíveis ou sintomas perceptíveis, por isso muita gente transmite a infecção sem saber que tem o vírus.
A maioria das pessoas com HPV não apresenta sintomas, portanto não tem ideia de que está infectada. Mas alguns tipos não cancerígenos podem causar verrugas em várias partes do corpo, como genitais, ânus, boca, garganta, ou áreas como mãos e pés. As verrugas genitais são consideradas infecções sexualmente transmitidas (IST) e podem aparecer como lesões planas, pequenas saliências tipo couve-flor ou caule.
As verrugas em outros lugares que não genitais, como mãos e pés, não podem ser sexualmente transmitidas. Independente da região em que apareçam as verrugas, os tipos de HPV que as provocam são considerados de baixo risco para câncer.
Já os tipos de HPV de alto risco não causam sintomas, mas podem levar ao câncer se houver uma infecção de longa duração. Menos frequentemente, estes tipos também podem causar câncer de vulva, vagina, pênis, ânus ou garganta. Por isso é importante fazer exames de rotina e tomar precauções contra o HPV.
Na maioria dos casos, seu sistema imunológico pode combater uma infecção por HPV e evitar que você desenvolva sintomas ou problemas de saúde. Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, as verrugas da infecção não cancerígena pelo HPV são causadas principalmente pelos tipos 6 e 11 de HPV. Enquanto isso, a maioria dos cânceres relacionados ao HPV são causados pelos tipos 16 e 18.
O câncer cervical pode levar vários anos para se desenvolver após uma infecção por HPV, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. Isso significa que se você fizer exames de rotina regularmente, pode ser tratada para o HPV antes que o vírus cause câncer. Um deles é o Papanicolau, que testa células do colo do útero para ver se são cancerígenas ou se correm o risco de se tornar cancerígenas. Entretanto, este exame não mostra a causa da lesão do colo do útero, ou seja, não consegue detectar o HPV.
Em vez disso, os profissionais de saúde usam um teste para mostrar se uma pessoa tem o tipo de HPV considerado de alto risco e se pode desenvolver câncer. Os exames de sorologia são normalmente solicitados com o objetivo de identificar anticorpos circulantes no organismo contra o vírus HPV, podendo o resultado ser indicativo de infecção ativa pelo vírus ou ser apenas consequência da vacinação.
No Brasil, o Ministério da Saúde aconselha toda mulher que tem ou já teve vida sexual a se submeter ao exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Inicialmente, o exame Papanicolau deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentando resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos.
Não há cura para o HPV. Entretanto, se os resultados do Papanicolau forem anormais, seu médico fará mais testes e poderá remover as células pré-cancerosas do colo uterino. Há também tratamentos para os outros problemas que o HPV pode causar, tais como medicamentos tópicos para eliminar as verrugas.
O uso do preservativo, inclusive no sexo oral, ajuda a proteger contra o HPV, mas não 100%, porque é possível ter a infecção em locais não cobertos pela proteção. Mas você pode se proteger contra os principais tipos de HPV tomando a vacina. Pelo SUS, a vacina do HPV está disponível gratuitamente nos postos de saúde, em 2 ou 3 doses, para meninas e meninos dos 9 aos 14 anos; crianças e adultos (mulheres e homens) dos 9 a 45 anos, que tenham HIV ou Aids, ou que receberam transplante de órgãos, de medula óssea e pessoas em tratamento contra o câncer, desde que apresentada receita médica.
Já na rede particular, crianças a partir de 9 anos e adultos até 26 ou 45 anos de idade podem tomar a vacina. A indicação de idade pode variar de acordo com o tipo de imunizante e o paciente. Inclusive, as vacinas podem ser tomadas por pessoas que fazem tratamento ou já tiveram infecção pelo HPV, pois pode proteger contra outros tipos de vírus HPV, e prevenir a formação de novas verrugas genitais e risco de câncer.
Se você nunca tomou a vacina contra o HPV, vale a pena consultar seu médico sobre o assunto.
Fontes: Health / Ministério da Saúde
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