A sensação de isolamento não interferiu na probabilidade de pegar a doença, mas na gravidade dos sintomas relatados
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h46 - Atualizado às 23h54
Ficar doente é muito chato, mas se você estiver se sentindo só, é provável que vá sofrer mais ainda, segundo uma pesquisa feita na Universidade Rice e financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde, nos Estados Unidos.
Vários estudos já mostraram que a solidão pode aumentar o risco de doenças e de morte prematura. Mas os psicólogos da universidade decidiram pesquisar qual seria o impacto em uma condição aguda, temporária e extremamente comum, o resfriado.
Eles selecionaram 159 pessoas de 18 a 55 anos, sendo que 60% eram homens. Os participantes responderam a diversos questionários e passaram cinco dias em quarentena em quartos de hotel, recebendo gotas nasais para induzi um resfriado. Um grupo usado como controle recebeu só placebo.
A sensação de isolamento social não interferiu na probabilidade de pegar a doença – nem todos ficaram resfriados, apesar da exposição ao vírus. No entanto, aqueles que ficaram doentes e se sentiam solitários relataram uma gravidade maior nos sintomas.
Os pesquisadores esclarecem que o tamanho da rede social também não interferiu nos resultados. O que importa, segundo eles, não é quantos amigos uma pessoa tem, mas a qualidade dos relacionamentos. Uma pessoa pode até namorar, ter uma vida social ativa e mesmo assim se sentir só.
O estudo foi publicado no periódico Health Psychology. Para os autores, ele revela o quanto é importante as pessas investirem nas relações sociais, e o quanto os sentimentos podem interferir na qualidade de vida e até na produtividade das empresas.