Somos feitos para superar foras, afirma estudo

Nosso cérebro conta com um mecanismo para nos fazer sair da fossa e embarcar em um novo amor

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h26 - Atualizado às 23h56

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Você está sofrendo por causa de um relacionamento rompido? Então leia esta boa notícia: nosso cérebro conta com um mecanismo para nos fazer sair da fossa e embarcar em um novo amor. Esse atributo evoluiu por meio da seleção natural, segundo pesquisadores da Universidade Saint Louis, nos EUA.

De acordo com o professor da criminologia Brian Boutwell, um dos autores do trabalho, a descoberta sugere que todas as pessoas têm potencial para vencer a dor e recomeçar. Ele e sua equipe chegaram à conclusão após revisar uma série de estudos sobre rompimentos amorosos.

Seguindo princípios da psicologia evolucionista, os pesquisadores comentam que homens e mulheres tendem a interromper um relacionamento por questões diferentes. Enquanto eles são mais propensos a se magoar quando a parceira se envolve sexualmente com outro, elas ficam mais ressentidas quando seus parceiros se envolvem emocionalmente com outra.

A razão disso estaria no passado de nossos ancestrais: homens queriam ter certeza de estar cuidando dos filhos de verdade, e as mulheres precisavam de homens focados em proteger e garantir casa e comida para essas crianças. Por outro lado, ambos às vezes terminam simplesmente porque o outro foi cruel, algo que ninguém costuma tolerar, seja homem ou mulher.

Segundo os pesquisadores, algumas pessoas tendem a ter mais dificuldade em lidar com rompimentos e esquecer o ex ou a ex, e isso se deve a questões ambientais e genéticas.

Estudos feitos com ressonância magnética indicam que os apaixonados possuem uma atividade aumentada em certas partes do cérebro ligadas ao prazer que também são alteradas quando uma pessoa se vicia em cocaína. Boutwell explica que, por causa disso, se livrar de um amor pode ser tão difícil quanto deixar de usar a droga.

Os pesquisadores também analisaram imagens de cérebros de ex-dependentes, que possuem um volume maior de massa cinzenta em certas regiões – diferenciado-os de quem ainda usa a cocaína. Esses parâmetros, segundo eles, podem indicar, também, quando uma pessoa superou um velho amor e está pronta para se apaixonar por outra. Mas é preciso fazer mais estudos para comprovar essa hipótese.

Para equipe, investigar os mecanismos ligados aos rompimentos e à capacidade de se apaixonar novamente pode levar, no futuro, a encontrar saídas para salvar relacionamentos.

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