Doutor Jairo
Leia

Sorriso “fake” pode te fazer ver o mundo de forma mais positiva

Imagem Sorriso “fake” pode te fazer ver o mundo de forma mais positiva

Jairo Bouer Publicado em 17/08/2020, às 18h04

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Austrália Meridional sugere que sorrir faz bem mesmo quando a expressão é “fake”. De acordo com os autores do estudo, publicado no periódico Experimental Psychology, a descoberta pode trazer implicações importantes para a saúde mental.

Os pesquisadores pediram para os participantes segurarem uma caneta entre os dentes, forçando os músculos faciais como num sorriso. Depois expôs os voluntários a imagens de expressões faciais diferentes, e também a vídeos com pontos luminosos que simulavam o movimento de caminhada de uma pessoa alegre ou triste. O teste também foi feito sem a caneta na boca.

Os resultados mostraram que os voluntários ficavam mais sensíveis ao reconhecimento de expressões faciais e corporais positivas quando estavam com o sorriso forçado.

Sempre que uma pessoa está feliz, ela tende a enxergar o mundo ao redor de forma positiva. Assim, a  hipótese dos autores é que um sorriso falso também é capaz de estimular o centro emocional do cérebro, a amígdala. Em outras palavras, o sorriso “fake” enganaria o cérebro e aumentaria a produção de neurotransmissores que geram sensações agradáveis.

Esse não é o primeiro trabalho a trazer esse tipo de conclusões. Um estudo mais antigo, feito no Barnard College de NY, nos EUA, já sugeriu até que o uso de toxina botulínica para aliviar marcas de expressão é capaz de interferir na intensidade das emoções dos usuários.

Outra pesquisa curiosa, publicada em 2011 no Academy of Management Journal, revelou que motoristas de ônibus ficavam mais felizes ao receberem sorrisos autênticos dos passageiros, mas o humor piorava rápido quando percebiam que o sorriso era falso. Ou seja: fingir alegria pode até ser bom para você, mas é preciso ser um bom ator para não irritar os outros.