Estudo canadense chama atenção para influência da vida doméstica nos casos de "burnout", esgotamento físico e mental associado ao trabalho
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h19 - Atualizado às 23h57
De acordo com a pesquisa, publicado na revista Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology, prazos apertados, chefes exigentes, colegas que abusam da gente e horas extras sem pagamento são fatores que com frequência levam as pessoas ao burnout. Mas não se pode esquecer a influência da vida doméstica nisso tudo.
Pesquisadores das Universidades de Concordia e de Montreal examinaram 1.954 funcionários de 63 organizações diferentes para levantar as questões que costumam interferir na saúde mental. A equipe descobriu que o estresse relacionado ao trabalho é profundamente afetado por outros aspectos da vida da pessoa e vice-versa.
Os indivíduos com menor tendência a problemas de saúde mental relacionado ao trabalho, segundo o estudo, são aqueles que se sentem seguros e apoiados no emprego, e que têm expectativas em relação a reconhecimento cumpridas.
O estudo também revelou que o nível de depressão entre os empregados tende a ser mais baixo quando as habilidades deles são aplicadas, o que aponta para a importância de se criar tarefas que motivem e desafiem as pessoas.
Mas os pesquisadores também detectaram que a tendência ao burnout é menor quando os funcionários têm parceiro, filhos pequenos, renda familiar maior, menos conflitos entre trabalho e família e maior acesso ao apoio de uma rede social fora do trabalho.
O principal autor, o professor Alain Marchand, diz que, para ter uma força de trabalho saudável, as empresas precisam ter uma visão mais holística, olhando para o empregado como alguém que tem casa, família e amigos.