Ter uma boa hidratação pode reduzir riscos de insuficiência cardíaca

Pesquisa sugere que níveis de de sódio sérico ajudam a identificar maiores chances de doenças cardíacas

Redação Publicado em 29/03/2022, às 14h00

A recomendação é ingerir diariamente entre 1,6 a 2,1 litros de líquido (mulheres) e de 2 a 3 litros (homens) - iStock

Manter uma boa hidratação pode estar associado a um risco reduzido de desenvolver insuficiência cardíaca, segundo pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH). 

As descobertas, que aparecem no European Heart Journal, sugerem que consumir quantidades suficientes de fluidos ao longo da vida não só suporta o funcionamento essencial do corpo, mas também pode reduzir o risco de problemas cardíacos graves no futuro.

Vale lembrar que a insuficiência cardíaca é uma condição crônica que se desenvolve quando o coração não bombeia sangue suficiente para as necessidades do corpo, sendo mais comum entre adultos com 65 anos ou mais.

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Os fluidos são essenciais para uma série de funções corporais, incluindo ajudar o coração a bombear o sangue de forma eficiente, apoiar a função dos vasos sanguíneos e orquestrar a circulação. No entanto, muitas pessoas ingerem uma quantidade muito menor do que de fato precisam.

As recomendações podem variar de acordo com as necessidades de cada corpo. Porém, em geral, o ideal é ingerir diariamente entre 1,6 a 2,1 litros (mulheres) e de 2 a 3 litros (homens).

39% mais chances 

Após a realização de pesquisas pré-clínicas que sugeriram conexões entre desidratação e fibrose cardíaca (um endurecimento dos músculos cardíacos), os pesquisadores procuraram ligações semelhantes em estudos populacionais em larga escala.

Para começar, analisaram dados de mais de 15.000 adultos, com idades entre 45 e 66 anos, que se inscreveram no estudo Risco de Aterosclerose nas Comunidades (ARIC) entre 1987 e 1989 e compartilharam informações de consultas médicas durante um período de 25 anos.

Confira:

Ao selecionar os participantes, os cientistas se concentraram naqueles cujos níveis de hidratação estavam dentro de uma faixa normal e que não tinham diabetes, obesidade ou insuficiência cardíaca no início do estudo. Aproximadamente 11.814 adultos foram incluídos na análise final e, desse total, 1.366 (11,56%) acabaram, posteriormente, desenvolvendo insuficiência cardíaca.

A equipe avaliou o estado de hidratação das pessoas utilizando diversas medidas clínicas. Olhar para os níveis de sódio sérico, que aumenta à medida que os níveis de líquido do corpo diminuem, foi especialmente útil para ajudar a identificar os participantes com um risco aumentado de insuficiência cardíaca.

Por exemplo, adultos com níveis de sódio sérico a partir de 143 miliequivalentes por litro (mEq/L) – a faixa normal é de 135-146 mEq/L – na meia-idade tiveram 39% mais chances de  desenvolver insuficiência cardíaca em comparação com adultos com níveis menores. Além disso, para cada aumento de 1 mEq/L no sódio sérico dentro da faixa normal de 135-146 mEq/L, a probabilidade de um participante desenvolver insuficiência cardíaca aumentou 5%.

Em uma coorte de cerca de 5.000 adultos de 70 a 90 anos, aqueles com níveis de sódio sérico de 142,5-143 mEq/L na meia-idade tinham 62% mais chances de desenvolver hipertrofia ventricular esquerda. Os níveis de sódio sérico a partir de 143 mEq/L correlacionam-se com um risco 102% maior para hipertrofia ventricular esquerda e um risco 54% maior de insuficiência cardíaca.

Ainda para os pesquisadores, essas associações sugerem que uma boa hidratação pode ajudar a prevenir ou a retardar a progressão de mudanças no coração que, consequentemente, podem levar a uma insuficiência cardíaca. 

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