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Testosterona pode tornar homens mais generosos…em certos casos

Imagem Testosterona pode tornar homens mais generosos…em certos casos

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h42 - Atualizado às 23h54

Um pequeno, mas curioso, estudo mostra que a testosterona, hormônio masculino associado a músculos e agressividade, pode tornar os homens mais generosos. Mas só quando isso traz alguma vantagem para eles.

Diversos estudos mostram que o hormônio masculino leva a um aumento de respostas agressivas em situações de provocação. Para avaliar os efeitos da testosterona, pesquisadores da Universidade College Dublin, na Irlanda, deram injeções a 40 homens jovens e saudáveis. Metade recebeu o hormônio de verdade, enquanto a outra recebeu placebo, ou seja, uma substância sem qualquer efeito.

Depois, todos os participantes foram submetidos a um jogo bastante usado por psicólogos e economistas para avaliar características como senso de justiça, colaboração e agressividade. O teste consiste em dar uma quantia em dinheiro ao participante para que ele divida com um parceiro. Ele tem que fazer uma única proposta e, se o parceiro achar justo, cada um fica com a sua parte. Se ele disser “não”, ninguém recebe nada.

A versão do jogo adotada no estudo permitia que o indivíduo testado punisse ou recompensasse o oponente. Cumprindo as expectativas, os homens que receberam testosterona foram mais propensos a punir o adversário – mesmo que isso envolvesse punir a si mesmo e ficar sem o dinheiro.

Porém, ao receber uma quantia maior de dinheiro, os participantes com mais hormônio foram mais generosos do que os que receberam placebo.

Para os autores, os resultados mostram que, enquanto em certos animais o hormônio leva ao simples aumento na agressividade e no ímpeto de mostrar “quem manda”, nos primatas o efeito pode ser mais complexo. Para homens com mais testosterona, a tendência é mostrar quem manda, sim, mas também agir de forma cooperativa quando isso envolve um aumento de status.

As conclusões foram publicadas no periódico Proceedings of the National Academy of Scientists e divulgadas no jornal britânico Daily Mail.