Redação Publicado em 11/03/2021, às 11h18
Um estudo publicado no JAMA Pediatrics mostrou que o THC (tetrahidrocanabinol, o componente psicoativo da maconha) pode ficar no leite materno por até seis semanas. Esse dado foi descoberto pelos pesquisadores do Children's Hospital Colorado, nos EUA, e confirma as recomendações de se evitar o consumo durante a gravidez e a amamentação.
“Com o aumento da utilização da maconha na sociedade, estamos vendo mais mães que fazem uso da droga durante a gravidez”, disse Erica Wymore, uma das responsáveis pela pesquisa. Ela explicou ainda que, dada a falta de dados científicos sobre quanto tempo o THC persiste no leite materno, foi um desafio fornecer às mães uma resposta definitiva sobre a segurança do uso de maconha durante a amamentação.
O estudo visa, justamente, compreender melhor essa questão, determinando a quantidade e a duração da excreção de THC no leite materno entre mulheres que usaram maconha durante a gravidez.
Das 394 mulheres que foram selecionadas, 25 se inscreveram. Ao final, apenas sete dessas mulheres conseguiram se abster do uso de maconha durante o estudo. As outras que voltaram a usar alegaram estresse, sono e uso para alívio da dor.
O estudo descobriu que, embora as concentrações de THC variassem de mulher para mulher (provavelmente dependendo do nível de uso, IMC e metabolismo), o THC foi excretado no leite materno dessas sete mulheres por até seis semanas. Na verdade, todas as mulheres ainda tinham níveis detectáveis de THC em seu leite materno no final da investigação científica.
"Este estudo forneceu uma visão inestimável sobre o tempo que uma mulher leva para metabolizar o THC em seu corpo após o nascimento do bebê, mas também nos ajudou a entender por que as mães usam maconha em primeiro lugar", disse Maya Bunik, que também participou da pesquisa. “Para limitar os efeitos desconhecidos do THC no desenvolvimento do cérebro do feto e promover a amamentação segura, é fundamental enfatizar a abstenção da maconha tanto no início da gravidez quanto no pós-parto. Para ajudar a encorajar a abstenção bem-sucedida, precisamos examinar – e melhorar – o sistema de apoio que oferecemos às mulheres”.
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