Ser voluntário de um projeto de pesquisa é, para muitas pessoas, uma chance de ter acesso a um tratamento adequado
Redação Publicado em 11/05/2022, às 14h00
O Programa de Transtorno Obsessivo-Compulsivo do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP está recrutando voluntários para colaborarem com um projeto de pesquisa internacional sobre TOC que envolve o Brasil e a África do Sul.
Para participar, é necessário cumprir os seguintes requisitos:
O principal objetivo da iniciativa é avaliar, através de exames de ressonância magnética pré e pós-tratamento, como os antidepressivos funcionam no cérebro de portadores do transtorno.
Assim, o paciente aceito para ser voluntário passará por avaliações neuropsicológica e clínica, bem como por ressonâncias magnéticas de crânio antes e após 12 semanas de tratamento com o medicamento Sertralina ou outro equivalente.
As avaliações serão realizadas de forma presencial no Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP e a ideia é fazer um total de sete encontros, em dias diferentes. Aqueles que chegarem ao final da pesquisa receberão ajuda de custo para transporte. Os interessados podem enviar um e-mail para protoc.brics@gmail.com.
O instituto também oferece vagas para tratamento gratuito de pacientes voluntários em outros projetos de pesquisa sobre diversas condições de saúde, como autismo, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), depressão, epilepsia, compra compulsiva e tantas outras. Você pode conferir todas as opções clicando aqui.
Vale lembrar que, para muitas pessoas, ser voluntário de um projeto de pesquisa é a chance de ter acesso a um tratamento adequado e de qualidade, além de estar contribuindo para o avanço da ciência.
O TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) é um transtorno crônico caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. A condição pode afetar crianças, adolescentes e adultos. Geralmente, os sintomas acompanham o indivíduo desde a infância, mas é na adolescência que acontece um agravamento, por ser um período em que se adquire mais responsabilidade e independência.
As obsessões são pensamentos, imagens e impulsos considerados indesejáveis e que provocam sentimentos angustiantes e desconfortáveis, como medo, dúvida e nojo. Na maioria dos casos, a pessoa percebe que o pensamento não faz sentido, mas não tem nenhum controle sobre ele, o que acaba consumindo tempo e atrapalhando as atividades do dia a dia.
As compulsões, por sua vez, são atos e comportamentos repetitivos que o indivíduo executa para atenuar as obsessões. Esse alívio permanece por um certo tempo, mas logo retorna e o ciclo recomeça.
Confira:
Não existe uma classificação definida para os tipos de TOC, a diferenciação é feita baseada na temática dos sintomas e nada impede que uma pessoa sofra com mais de um tipo. Entre as principais manifestações de TOC estão:
Medo de contaminação: essa é uma das mais frequentes obsessões e, geralmente, vem acompanhada por compulsão relacionada à limpeza. Nesses casos, a pessoa sofre com pensamentos ligados à contaminação dos germes e apresenta comportamentos repetitivos para trazer alívio. Alguns sintomas que caracterizam esse tipo são: lavar excessivamente as mãos, provocando vermelhidão e feridas, necessidade de verificar constantemente se algo está limpo e carregar lenços para limpar superfícies antes de tocá-las.
Medo de machucar a si próprio ou alguém: pessoas apresentam receio em se machucarem ou em machucarem o outro. Um exemplo desse tipo de TOC é o medo de vazar gás e a casa pegar fogo. Nesse cenário, o indivíduo checa compulsivamente o fogão para ter certeza que nada acontecerá.
Necessidade de deixar coisas alinhadas e organizadas: esse tipo de TOC inclui obsessões de simetria com compulsões de contagem e organização, ou seja, as pessoas sofrem pensando que se algo não estiver organizado, algo ruim pode ocorrer. Como exemplo desse caso está a organização das almofadas do sofá. Uma pessoa com esse tipo de TOC chega em casa e arruma as almofadas porque, para ela, não estão na ordem das cores ou simetricamente posicionadas. Entretanto, o sentimento de alívio após organizá-las é momentâneo e logo a obsessão por arrumá-las retorna, reiniciando o ciclo.
Nem todos que têm obsessões ou compulsões são diagnosticados com o transtorno. Para ser considerado TOC, algumas características são:
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