Redação Publicado em 09/12/2020, às 12h29 - Atualizado em 10/12/2020, às 12h29
A última live Rapidinhas com Jairo Bouer contou com uma convidada especial: Nany People. Além de boas risadas, também abordamos a transfobia, um tema que deve ser levado muito a sério. Na época em que trabalhávamos na rádio Jovem Pan, quando o programa acabava, ficávamos comendo uns petiscos na rua. Certo dia, me lembro bem, passou um homem do outro lado da rua e fez uma ofensa à Nany, sendo transfóbico. Para quem não sabe, Nany e eu somos amigos há muitos anos, e apresentamos juntos o programa de rádio Sexo Oral, 89 FM, no início dos anos 2000. Apesar de Nany não lembrar dessa agressão verbal, em específico, que citei acima, ela faz uma importante reflexão sobre o tema, relatando sua experiência de vida: “É muito importante a gente abordar esse assunto, porque até a gente poder andar em um carro blindado, a gente anda à pé e tem que correr muito para manter a pele intacta, a ponto de tirar o salto e correr muito na Amaral Gurgel para poder chegar em casa. Você tem que se salvar e se manter viva, porque vivemos em um país onde a maioria das trans não vive além dos 35 anos de idade. Desde que você se concebe como trans, você já sabe que as pessoas fingem que te toleram. Eu tive a sorte e a felicidade na vida de ter homens que tiveram a coragem e o culhão de me apresentar para as mães, que ficaram tão as minhas amigas que quando os namoros acabavam nós continuávamos amigas. Mas até a gente aprender a se defender, são muitas aflições, xingamentos e caras feias. Assim como quando algumas pessoas chegam para mim e dizem ‘eu te dou a maior força, eu te aceito’, sendo que ninguém precisa me aceitar, basta me respeitar. Eu sempre contabilizo os créditos. Os débitos estão aí.” O relato completo está no vídeo:
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