Tratamento para diabetes pode prevenir perda de visão, aponta estudo

Retinopatia diabética é uma complicação do diabetes mellitus, caracterizada por danos nas células retinianas

Cármen Guaresemin Publicado em 02/08/2023, às 09h00

Retinopatia diabética é a principal causa de cegueira em adultos de 20 a 74 anos de idade - iStock

Um estudo feito por pesquisadores nos Estados Unidos e publicado pela revista científica Cells mostrou que tratamento para controlar diabetes pode ajudar a reduzir os riscos de retinopatia diabética, que causa perda de visão em pacientes diabéticos. O risco de desenvolver a doença, e consequentemente ficar cego, é de aproximadamente 30% na população diabética, sendo a principal causa de cegueira em adultos de 20 a 74 anos de idade.

Os autores analisaram protótipos de animais com retinopatia diabética, dividindo-os em dois grupos: um com diabetes controlado e o outro com complicações. Dessa forma, foram realizados exames de imagem e análises moleculares dos tecidos oculares. Os animais, que possuem similaridades oculares com os seres humanos, apresentaram danos significativos nas células retinianas quando o diabetes não era controlado.

O que é retinopatia diabética 

A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes mellitus, caracterizada por danos nas células retinianas, presentes nos olhos. Além disso, é uma das principais causas de perda de visão em todo o mundo. Ela é causada pela alta concentração de glicose no sangue (hiperglicemia) e pode levar a uma série de disfunções oculares, incluindo edema macular (acúmulo de líquido) e de neovascularização da retina (surgimento de novos vasos sanguíneos).

A exposição a níveis elevados de glicose no sangue faz com que as paredes dos vasos sanguíneos da retina fiquem debilitadas e mais favoráveis a lesões, que causam perda da visão.

“É muito importante que o tratamento de diabetes mellitus seja constante para ajudar a prevenir eventuais complicações, como é o caso da retinopatia diabética. Uso de biomedicamentos eficazes, exames de rotina e hábitos saudáveis são fundamentais no processo de prevenção desta doença”, declarou Levimar Araújo, Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Atenção aos sinais

Por isso, ter atenção aos primeiros sinais do diabetes tipo 2 pode fazer com que a pessoa receba tratamento mais cedo, diminuindo o risco de complicações graves. Conheça quais são os sintomas que não devem passar despercebidos:

1. Vontade frequente de fazer xixi

Quando os níveis de açúcar no sangue estão altos, os rins tentam remover o excesso de açúcar filtrando-o do sangue. Isso pode fazer com que a pessoa precise urinar com mais frequência, principalmente à noite.

2. Aumento da sede

Por fazer muito xixi, pode ser que a pessoa também perca muita água. Logo, com o tempo, isso pode causar desidratação e fazer com que a pessoa sinta mais sede do que o normal.

3. Muita fome

Pessoas com diabetes geralmente não obtêm energia suficiente dos alimentos que comem. O sistema digestivo quebra os alimentos em um açúcar simples chamado glicose, que o corpo usa como combustível. Em pessoas com diabetes, uma quantidade insuficiente dessa glicose passa da corrente sanguínea para as células do corpo. Como resultado, as pessoas com diabetes tipo 2 frequentemente sentem fome constante, independente do quanto comeram.

4. Cansaço

O diabetes tipo 2 pode afetar os níveis de energia de uma pessoa e fazer com que ela se sinta muito cansada ou fatigada. Esse cansaço ocorre como resultado da passagem de açúcar insuficiente da corrente sanguínea para as células do corpo.

5. Visão embaçada

O excesso de açúcar no sangue pode danificar os minúsculos vasos sanguíneos dos olhos, o que pode causar visão embaçada. Essa visão embaçada pode ocorrer em um ou em ambos os olhos e pode ir e vir. Se uma pessoa com diabetes não fizer tratamento, os danos a esses vasos sanguíneos podem se tornar mais graves e, eventualmente, pode ocorrer perda permanente da visão.

6. Cura lenta de cortes e feridas

Altos níveis de açúcar no sangue podem danificar os nervos e vasos sanguíneos, o que pode prejudicar a circulação sanguínea. Como resultado, mesmo pequenos cortes e feridas podem levar semanas ou meses para cicatrizar. A cicatrização lenta de feridas também aumenta o risco de infecção.

7. Formigamento, dormência ou dor nas mãos ou pés

Níveis elevados de açúcar no sangue podem afetar a circulação sanguínea e danificar os nervos do corpo. Em pessoas com diabetes tipo 2, isso pode causar dor, sensação de formigamento ou ainda dormência nas mãos e nos pés. Essa condição é conhecida como neuropatia e pode piorar com o tempo e levar a complicações mais sérias se a pessoa não receber tratamento para o diabetes.

8. Manchas escuras na pele 

Manchas escuras na pele, se formando nas dobras do pescoço, axilas ou virilhas, também podem ser consideradas um indício de diabetes. 

Quais os fatores de risco para diabetes tipo 2?

Qualquer pessoa pode desenvolver diabetes tipo 2, mas certos fatores podem aumentar o risco. Confira:

Veja também:

 

 

diabetes cegueira saúde ocular retinopatia diabética

Leia também

Comer próximo à hora de dormir aumenta risco de diabetes, aponta estudo


Confira 11 sintomas de diabetes


10 alimentos que são bons para a saúde dos olhos


5 sintomas estranhos que podem ser sinais precoces de diabetes