Redação Publicado em 22/10/2018, às 17h35
Um estudo financiado pelo governo, nos Estados Unidos, mostra que 12% dos usuários frequentes de maconha apresenta sintomas de abstinência ao ficar sem a droga. A conclusão é de pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Columbia.
A equipe analisou de um grande banco de dados nacional sobre uso de álcool e outras drogas, com mais de 36.300 participantes. A amostra final continha 1.527 usuários com mais de 18 anos, que relatavam ter usado a droga no mínimo três vezes por semana no ano anterior às entrevistas.
Os principais sintomas relatados foram nervosismo ou ansiedade (76% da amostra); dificuldade para dormir (68%) e humor deprimido (59%). De acordo com os autores, dores de cabeça, tremores e sudorese também foram prevalentes, embora numa proporção menor que as reações emocionais e comportamentais.
Os sintomas foram associados a diversos transtornos psiquiátricos (como os de humor e de ansiedade) e também a histórico familiar de depressão. Mas não foi significativamente associada ao histórico familiar de abuso de álcool ou drogas. Os dados foram publicados no periódico Drug and Alcohol Dependence.
A maioria dos usuários frequentes de maconha, de acordo com o levantamento, eram do sexo masculino (66%), brancos (59%), com idades entre 18 e 29 anos (50%), com nível superior (49%), nunca haviam casado (54%) e pertenciam a famílias de baixa renda (45%).
A síndrome de abstinência de cannabis foi incluído no Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais, o DSM-5, na edição de 2013. A condição pode ser incapacitante, por isso é importante que seja mais estudada. Segundo os autores, os registros têm aumentado à medida que o consumo tornou-se mais frequente com a liberação da droga em alguns estados norte-americanos.
Eles acrescentam que a potência da maconha aumentou bastante nas últimas décadas, e que as novas formas de consumo da erva (em vaporizadores, cigarros eletrônicos, ou em alimentos) também podem ter impacto nos sintomas de abstinência.