Quase 20% dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade, ou cerca de 1,8 milhão de jovens brasileiros estão acima do peso. É o que mostra a Pesquisa Nacional
Da Redação Publicado em 21/10/2020, às 21h09 - Atualizado em 22/10/2020, às 11h14
Quase 20% dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade, ou cerca de 1,8 milhão de jovens brasileiros estão acima do peso. É o que mostra a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. De acordo com o levantamento, divulgado nesta quarta-feira (21), 23% das garotas e 16% têm problemas com a balança, ou um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 25kg/m².
A pesquisa também revela que 6,7% dos adolescentes sofrem de obesidade, definida quando a pessoa tem IMC acima de 30 kg/m². As taxas são de 8% para as garotas e de 5,4 % para os garotos.
Considerando a população adulta, 60,3% dos brasileiros, ou 96 milhões de pessoas, apresentam excesso de peso. As taxas são de 62,6% para as mulheres e de 57,5% para os homens. Em 2003, essa proporção era de 43,3%, o que aponta um aumento expressivo e preocupante.
Já a obesidade mais que dobrou, passando de 12,2% para 26,8% de 2003 a 2019. A proporção de mulheres obesas passou de 14,5% para 30,2%, enquanto a de homens obesos subiu de 9,6% para 22,8%.
Para a responsável pela pesquisa, a analista Flávia Vinhaes, as causas para o excesso de peso e a obesidade são a baixa qualidade da alimentação do brasileiro e a escassez de atividades físicas. Vale destacar que a pandemia deve ter aumentado ainda mais o nível de sedentarismo entre crianças e jovens.
Vários estudos têm relacionado a obesidade e a depressão, outro problema que tem aumentado entre os jovens. É possível que ambas as condições tenham uma origem inflamatória em comum, ou, ainda, que problemas de autoestima e bullying associados ao excesso de peso elevem a predisposição ao transtorno mental.
Passar muito tempo diante das telas, um comportamento cada vez mais comum para os jovens, também já foi relacionado às duas doenças – ao mesmo tempo em que ocupa o tempo que poderia ser dedicado às atividades físicas, leva a comparações constantes e baixa autoestima. Além disso, o excesso de tecnologia prejudica o sono dos adolescentes, outro fator de risco conhecido para exagerar nas calorias.
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