Redação Publicado em 16/06/2021, às 19h00
Ter filhos é um sonho de muitas pessoas que relacionam parte da felicidade à escolha. Porém, de acordo com um novo estudo da Universidade Estadual de Michigan (Estados Unidos), adultos que não têm filhos são tão felizes quanto aqueles que têm.
Um grupo de psicólogos perguntou a quase 1.000 pessoas se elas têm ou não filhos e quais os seus níveis de satisfação com a vida. Os resultados não mostraram diferenças significativas em relação ao contentamento, bem como uma diversidade limitada nos traços de personalidade entre pais e pessoas sem crianças.
Além disso, mais de um quarto dos entrevistados disse que não quer ter filhos, o que causou certa surpresa por ser um número muito maior do que os pesquisadores esperavam.
Como o próprio nome diz, não-pais são adultos que não têm filhos. Entretanto, há várias definições diferentes:
De acordo com os pesquisadores, o grande diferencial desse estudo é que houve a separação dos “não-pais” de acordo com as três definições acima. A maioria dos estudos anteriores não realizavam as perguntas necessárias para distinguir os indivíduos entre “livre de crianças”, “ainda não são pais” e “sem filhos”.
A pesquisa – publicada no PLOS ONE – utilizou um conjunto de três perguntas para determinar se as pessoas tinham filhos e se queriam ou não ter: “"você já teve ou tem algum filho biológico ou adotado?", "você planeja ter filhos biológicos ou adotados no futuro?" e "você gostaria de ter ou poderia ter filhos biológicos ou adotados?".
Assim, as pessoas que responderam "não" às três perguntas foram classificadas como “livres de crianças”, ou seja, que não querem ter filhos.
Confira:
A equipe também mediu a satisfação com a vida usando os traços de cinco itens do "Satisfaction with Life Scale" e os cinco grandes traços de personalidade usando o Mini International Personality Item Pool (mini-IPIP).
Após o controle das características demográficas, os achados não mostraram grandes diferenças na satisfação com a vida, assim como foram observadas mudanças limitadas nos traços de personalidade entre os indivíduos “livres de crianças”, “ainda não pais” e “sem filhos”.
Uma das poucas divergências encontradas foi que os indivíduos que não querem ter filhos mostraram-se mais liberais do que os pais e aqueles que têm filhos se sentiam substancialmente menos afetuosos com pessoas sem crianças.
Com base nos resultados, os pesquisadores entenderam que 27% da amostra em Michigan se identificaram como “livre de crianças”, ou seja, optam por não ter filhos. Apesar de ser uma amostra pequena, essa porcentagem é muito maior do que a taxa de prevalência estimada em estudos anteriores, que apresentavam índices de 2% a 9%.
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