Redação Publicado em 16/08/2022, às 14h30
Um novo estudo realizado na Suécia mostrou que 34% de 3.500 entrevistados estão insatisfeitos com o tamanho e com a aparência dos seus genitais. Segundo a pesquisa, existe uma ligação entre ter lábios vaginais e pênis considerados “menores” com um maior índice de descontentamento.
Do total, 3,5% das mulheres e 5,5% dos homens manifestaram uma baixa autoestima significativa em relação aos seus órgãos sexuais. Os dados mostram ainda que mais de 11% deles e quase 14% delas consideram a ideia de realizar uma cirurgia para melhorar a aparência do pênis e da vagina.
Para o estudo, o grau de satisfação com os genitais não registrou associação direta com o consumo de conteúdo erótico, apesar de 90% dos homens e quase 60% das mulheres terem dito que acessaram pornografia nos últimos três meses.
A insatisfação com os genitais pode impactar a qualidade de vida, piorando a autoestima e afetando o bem-estar e a qualidade de vida, prejudicando também a vida sexual e os relacionamentos. Pessoas que não se sentem bem com o próprio corpo e com seus órgãos sexuais podem apresentar dificuldades para ficarem à vontade na hora da relação.
Situações como essa em um momento de intimidade geram ansiedade e resultam em dificuldades de ereção, de ejaculação e de orgasmo e podem provocar dor na penetração. Quem se sente assim, por insegurança e medo, passa a evitar o sexo e as relações amorosas.
Confira:
Tamanho e formato não fazem diferença para desempenho, performance e satisfação na maioria dos casos. No caso dos homens, por exemplo, muito dessa discussão tem a ver com o falocentrismo presente na sociedade, que alimenta o pensamento de que o pênis, de alguma forma, representa o homem. Assim, cria-se no imaginário uma ideia de que um pênis maior faz um homem ser mais viril.
É óbvio que existem situações extremas em que o pênis apresenta um tamanho reduzido (micropênis) ou uma deformidade importante (como na doença de Peronye), situações que justificam uma opinião médica e um procedimento corretivo. Da mesma forma, vulvas com lábios muito aparentes podem provocar incômodo, dor e desconforto, e também merecem uma avaliação.
Entretanto, em geral, a procura por uma estética “melhor” para os órgãos genitais está mais ligada à busca por uma maior satisfação com a imagem corporal e com a autoestima. Entretanto, parte das alternativas não entrega o resultado prometido, oferecendo também riscos à saúde, como problemas de cicatrização, infecções e até deformidades. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), por exemplo, contraindica cirurgias para aumento peniano, já que não há prova científica de eficácia e de segurança.
A vulva – a parte externa do órgão genital feminino – muda com as fases da vida. A vulva de uma adolescente é diferente da de uma mulher jovem e esta, por sua vez, é distinta da de uma mulher na fase do climatério ou na terceira idade. Além disso, a maneira como a pessoa vê a sua vulva também muda ao longo dos anos.
Um escultor britânico chocou o mundo em 2011 ao apresentar seu trabalho “The Great Wall of Vagina” – O Grande Muro da Vagina – que traz 400 vulvas diferentes. A obra demorou cinco anos para ficar pronta e foi feita através de moldes plásticos de vulvas de mulheres entre 18 e 76 anos com as mais variadas vivências: jovens, velhas, gêmeas, mulheres que pariram e outras que não eram mães. Com base nesse trabalho, é possível refletir sobre as diferenças de nossos corpos.
Veja também: