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Uma em cada quatro brasileiras já foi vítima de algum tipo de violência

Mulheres, negros e população LGBTQIA+ são os grupos sociais que mais sentem insegurança para se deslocar - iStock
Mulheres, negros e população LGBTQIA+ são os grupos sociais que mais sentem insegurança para se deslocar - iStock

Redação Publicado em 02/12/2021, às 16h30

Uma em cada quatro mulheres brasileiras, cerca de 17 milhões, sofreram alguma forma de violência ao longo da vida. Além disso, pessoas do sexo feminino aparecem como as que mais têm medo de andar pela cidade. 

Os dados são de pesquisas feitas pelo Instituto Patrícia Galvão (IPG) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apresentados no webinar "Os Impactos da Violência no Cotidiano das Mulheres ", realizado pelo Me Too Brasil, uma organização brasileira que traz notícias, compartilhamento de experiências e oferece acolhimento para vítimas de violência sexual. 

De acordo com os achados, o ambiente de risco de violência para uma mulher não é apenas em baladas, por exemplo, e sim dentro da própria casa, no transporte público e no local de trabalho.

Um dos estudos mostrou ainda que apenas 16% dos indivíduos que circulam pelas cidades têm a sensação de plena segurança. Mulheres, negros, pessoas com deficiência, de baixa renda e a população LGBTQIA+ aparecem como os grupos sociais que mais sentem insegurança ao se deslocar.  

Essa insegurança e a violência registrada nos deslocamentos é maior para as mulheres do que para os homens. Entre as participantes do sexo feminino, 68% contaram ter muito medo de saírem sozinhas à noite no bairro onde moram, sendo os principais motivos para esse receio: medo de sofrer agressões físicas, estrupro, assédio sexual, importunação e racismo. 

Segundo os pesquisadores, esse é um dado importante e preocupante, pois está diretamente relacionado com o direito de ir e vir das mulheres. Todas as informações encontradas pelo levantamento ressaltam a urgência da criação de políticas públicas e ações da sociedade civil para mudar esse cenário da violência e da desigualdade de gênero no país.

Confira:

Violência não é só física: outras formas de violência doméstica

A violência não é caracterizada apenas por agressões físicas ou sexuais, podendo existir também no âmbito psicológico, moral e patrimonial. Vale lembrar que a pandemia de Covid-19 deixou as mulheres ainda mais vulneráveis ao problema. 

Veja outros sinais comuns de violência contra a mulher:

  • Agressão física;
  • Agressão verbal, como gritos, ameaças e ofensas;
  • Impedir que a pessoa veja amigos ou familiares ou que fique a sós com eles;
  • Ouvir que os amigos não gostam de você de verdade ou que a família age por interesse, sendo estimulada a se afastar de todos;
  • Ser chamada de burra, feia, incompetente, o que leva à perda da sua autoestima aos poucos;
  • Ter relações sexuais exigidas ou forçadas;
  • Ter seu dinheiro controlado ou pouco acesso ao dinheiro familiar;
  • Ser chamada de louca depois de uma briga, como se tudo tivesse sido imaginação;
  • Viver um período romântico e sem brigas após um período de agressões;
  • Sofrer ameaças (pessoais ou para família e amigos);
  • Ser acusada de culpada pelas próprias violências que sofreu (ouvindo frases como “você me deixou nervoso,” “você provocou”, “você fez X coisa”);
  • Quando fala em terminar o relacionamento ou contar sobre a violência a alguém, por exemplo, ter que lidar com ameaças de suicídio (ou tentativas);
  • Ter suas coisas quebradas;
  • Vivenciar situações de perigo (como companheiro dirigindo de maneira perigosa ou ter uma briga em que o companheiro estava armado, por exemplo).

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