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Usar cigarro eletrônico apenas uma vez já aumenta risco de doenças

Muitos jovens migram do cigarro convencional para o eletrônico - mas ele também oferece riscos! - iStock
Muitos jovens migram do cigarro convencional para o eletrônico - mas ele também oferece riscos! - iStock

Redação Publicado em 09/08/2021, às 16h30

Muitos estudos já analisaram o risco que tanto o tabaco quanto os cigarros eletrônicos – ou vaping – podem representar para a saúde de fumantes regulares. Agora, um novo estudo comandado pela Universidade da Califórnia de Los Angeles (UCLA - Estados Unidos)ilustrou a rapidez com que os cigarros eletrônicos podem afetar as células dos não fumantes. 

Os achados, publicados na JAMA Pediatrics, mostram que uma única sessão de vaping com duração de 30 minutos é suficiente para aumentar de forma significativa o estresse oxidativo celular, que ocorre quando o corpo apresenta um desequilíbrio entre os radicais livres (moléculas que podem causar danos às células) e os antioxidantes (responsáveis por combatê-los). 

De acordo com os pesquisadores, com o tempo, esse desequilíbrio pode desempenhar um papel importante na causa de certas doenças, incluindo cardiovasculares, pulmonares e neurológicas, bem como câncer. 

Vale lembrar que os cigarros eletrônicos – dispositivos que fornecem nicotina com aromatizantes e outros produtos químicos em vapor em vez de fumaça – são vistos por muitos como uma alternativa “mais segura” quando comparados aos cigarros comuns. 

Entretanto, pesquisas já revelaram que eles também estão associados a uma série de mudanças adversas no corpo e que podem levar a futuros problemas de saúde.

Três grupos de jovens 

Para o estudo, os pesquisadores contaram com 32 participantes – incluindo homens e mulheres – entre 21 e 33 anos. Todos foram divididos em três grupos: não fumantes, fumantes regulares de cigarros comuns e fumantes regulares de vaping

Confira:

A equipe coletou células do sistema imunológico de cada pessoa antes e depois de meia hora da sessão para medir e comparar as mudanças no estresse oxidativo entre os grupos. Além disso, também foi realizado o mesmo processo durante uma sessão controle na qual os participantes passaram meia hora  “soprando em um canudo vazio”. 

Estresse oxidativo

Os resultados revelaram que, em não fumantes, os níveis de estresse oxidativo eram duas a quatro vezes maiores após a sessão de vapingdo que antes do procedimento.

Em contrapartida, a mesma exposição por 30 minutos não levou a um aumento entre os fumantes regulares de cigarros comuns e eletrônicos. A explicação para esse fenômeno, provavelmente, estaria no fato de os níveis de estresse oxidativo já serem elevados entre as pessoas destes grupos. 

Para os pesquisadores, os dados mostram a gravidade do efeito que uma sessão de vaping pode provocar em jovens saudáveis. Inclusive, essa breve experiência não é diferente das possíveis de serem experimentadas em uma festa, por exemplo. 

Segundo eles, a popularidade dos cigarros eletrônicos continua a aumentar, principalmente entre adolescentes e jovens adultos. De acordo com um estudo divulgado em 2020, cerca de um em cada três estudantes do ensino médio nos Estados Unidos relataram ter usado o dispositivo durante o mês anterior. 

Os autores explicam ainda que é necessário analisar muito mais sobre o que exatamente causa as mudanças nos níveis de estresse oxidativo, como os elementos de nicotina ou não nicotina presentes nos cigarros eletrônicos. 

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