Usar o cérebro na adolescência pode fazer os neurônios viverem mais

Um estudo realizado com ratos jovens mostrou que o aprendizado impede que as células cerebrais morram logo

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h14 - Atualizado às 23h57

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Utilizar bastante o cérebro – especialmente durante a adolescência – pode ajudar as células cerebrais a sobreviver por mais tempo, segundo estudo feito com ratos e publicado no periódico Frontiers in Neuroscience.

O trabalho foi realizado por pesquisadores da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, nos EUA. Eles ensinaram cobaias a piscar o olho toda vez que ouviam determinado som. Quando os animais não aprendiam a tarefa, cerca de metade das células cerebrais recém-nascidas morria em apenas três semanas. Já quando o aprendizado era bem-sucedido, as mesmas células permaneciam vivas.

Segundo o neurocientista Tracey Shors, coautor do estudo, a proliferação em massa de células cerebrais serve para ajudar jovens a encarar os desafios da vida adulta sem a proteção intensa dos pais.

Os cientistas já sabiam que os neurônios de ratos adultos, em menor quantidade, podem ser salvos com aprendizado – não é à toa que os médicos sempre estimulam pessoas mais velhas a exercitar o cérebro. Mas eles não tinham certeza, até então, se isso ocorreria também em jovens, que produzem quatro vezes mais neurônios.

Como o processo de produção de novas células cerebrais dos ratos é similar a de humanos, o pesquisador diz que estimular ao máximo o aprendizado entre adolescentes é fundamental. O problema é saber qual o nível ótimo a ser ensinado, já que exagerar na dose pode fazer o jovem desistir.

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