Crianças e adolescentes que ingressam em plataformas antes do 11 anos correm mais risco de não conseguirem controlar o uso
Redação Publicado em 27/10/2021, às 18h30
Um novo estudo publicado na Computers in Human Behavior mostra que o uso do Instagram ou do Snapchat antes dos 11 anos está significativamente relacionado a comportamentos digitais problemáticos em comparação a crianças que ingressaram nas plataformas mais velhas.
Vale lembrar que todos os sites de mídia social exigem uma idade mínima de 13 anos para fazer o registro, mas a realidade é que muitos usuários são mais jovens do que isso: um terço da amostra do estudo, por exemplo, começou a usar as plataformas aos 11 ou 12 anos e outro terço tinha iniciado aos 10 anos.
Para os pesquisadores, os resultados ajudam a entender melhor os riscos e os benefícios das mídias sociais para crianças e adolescentes, bem como auxilia os pais para que possam tomar decisões que priorizem o bem-estar das crianças.
Para o estudo, foram entrevistados 773 estudantes estadunidenses do ensino médio sobre a sua iniciação nas redes sociais, comportamentos digitais e restrições parentais ao uso da internet.
Os pesquisadores descobriram que a adesão a plataformas de mídia social, como Instagram e Snapchat, antes dos 11 anos estava diretamente ligada com o uso problemático da internet. Ou seja, a incapacidade de controlar a utilização que, por sua vez, pode levar a sentimentos de angústia e ao comprometimento das atividades diárias.
Confira:
Além disso, essa parcela do estudo também apresentou maior propensão a ter amigos on-line, a entrar em sites que os pais desaprovariam e a ter maior probabilidade de assédio on-line e vitimização por assédio sexual.
As descobertas revelaram que alguns desses efeitos foram reduzidos quando os pais restringiram o uso do telefone e limitaram a frequência com que seus filhos acessavam as redes sociais.
Embora pareça existir uma maior vulnerabilidade, os pesquisadores também descobriram que, independente de quando ingressaram nas redes sociais, os adolescentes se engajam com mais frequência em comportamentos digitais positivos do que negativos.
Aqueles que ingressaram nas mídias sociais quando crianças (10 anos ou mais) demonstraram uma maior tendência a se envolverem em comportamentos de comunidade on-line solidários ou civicamente engajados – como postagens de mídia social, promover a conscientização sobre questões sociais ou organizar eventos através das plataformas – em comparação com aqueles que se juntaram mais tarde.
Para os pesquisadores, os achados também sugerem que uma estratégia potencial para apoiar famílias com crianças e adolescentes é:
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