Pesquisadores sugerem que hajam orientações oficiais para ajudar familiares a lidarem com a questão
Redação Publicado em 10/08/2022, às 16h00
Segundo uma nova pesquisa da Edith Cowan University (Austrália), publicada no Human Behavior and Emerging Technologies, o uso das telas por crianças e adolescentes é uma fonte significativa de conflitos familiares.
Os pesquisadores analisaram como cuidadores sentem que o uso da tecnologia afeta o comportamento e o desenvolvimento das crianças e quais informações estavam acessando para obter apoio.
O estudo envolveu 281 pais australianos e descobriu que 75% deles relataram ter enfrentado conflitos, tensão e desentendimentos familiares relacionados ao uso de telas. Porém, um em cada três nunca procurou diretrizes oficiais sobre o assunto para obter ajuda.
Além disso, a falta de exercício, dificuldades para completar tarefas, jogos excessivos, problemas de sono e falta de convívio social foram problemas comuns relatados por, pelo menos, um em cada cinco pais e cuidadores.
Para a equipe, os pais reconhecem os impactos negativos do excesso de tecnologia no comportamento das crianças e adolescentes, relatando maior dificuldade de concentração, de seguir ordens, de exercitar o autocontrole e de lidar com as próprias emoções.
Em contrapartida, existem poucas informações sobre o tempo de tela de fontes confiáveis, sugerindo que os pais e cuidadores buscam orientações em redes informais para aprenderem a lidar melhor com a relação filhos-tecnologia. Para os pesquisadores, mães e pais de hoje lutam sem nenhum referencial porque esses dispositivos não existiam quando eles eram crianças.
De acordo com as pesquisas, os pais estão se esforçando ao usar uma série de métodos que "ouviram falar" para tentarem restringir o uso da mídia móvel de seus filhos. Algumas das estratégias de mediação mais comuns que os pais estão usando atualmente:
Confira:
Para a equipe, todos os achados mostram que os pais ainda têm uma consciência limitada sobre o impacto do uso das telas no comportamento dos filhos e no que é conhecido como seu "funcionamento executivo": as habilidades críticas que todos usamos todos os dias para aprender, trabalhar e gerenciar a vida diária.
Assim, como as crianças são usuárias naturais e precoces da tecnologia por causa de sua portabilidade e interatividade, seria essencial oferecer diretrizes e informações confiáveis, que sejam fáceis de entender e de serem colocadas em prática.
Se o tempo de tela está ocorrendo por mais tempo do que você gostaria, vale buscar alternativas para diminuir a quantidade e promover um uso saudável dessa ferramenta. Mas como impor limites? Uma ótima forma de começar é abrindo um canal de diálogo com os pequenos sobre como as mídias sociais e o mundo on-line os fazem sentir.
Outras dicas que podem ser úteis:
Também é importante entender o quanto a socialização é feita on-line hoje em dia. À medida que as crianças envelhecem, elas precisarão saber como navegar nas normas sociais que sua geração está criando, muitas das quais dependem das mídias sociais e do mundo virtual.
Além disso, se reduzir o tempo de tela é estressante para a criança, os pais devem tentar entender o que ela sente que está perdendo e ver se há outras maneiras de preencher essa necessidade.
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