Dermatologistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) esclarecem as principais dúvidas sobre a doença
Redação Publicado em 02/06/2022, às 16h00
Nos últimos dias o mundo vem acompanhando uma onda de casos de “varíola dos macacos”. O problema afeta 30 países fora da África (considerada uma região endêmica). Até o dia de hoje (02/05), há três casos suspeitos no Brasil, nos estados do Ceará, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Neste cenário, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em parceria com seu Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias, divulgou uma nota esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença.
Segundo as autoridades de saúde, mesmo que não haja nenhum caso confirmado em território brasileiro, é essencial reforçar os cuidados e as medidas de vigilância sanitária.
A chamada “varíola dos macacos” é uma infecção viral classificada como uma zoonose por ser transmitida, em geral, através do contato com animais originários de florestas africanas, como é o caso de macacos e roedores.
De acordo com os especialistas, o quadro clínico da doença apresenta traços semelhantes à varíola humana, condição erradicada nos anos 1980. Porém, recentemente, vem sendo notificado o aumento do número de casos fora do continente africano, em diversos países e de forma simultânea, causando preocupação para as autoridades e órgãos de saúde.
Segundo a SBD, as principais formas de transmissão são: mordidas de animal ou a manipulação de exemplares já infectados. Já existem alguns relatos de transmissão entre humanos, porém, segundo especialistas, para isso acontecer é necessário o contato próximo, ou seja, de forma direta (com fluidos corporais) ou indireta (com pertences do doente). Em ambas as situações, o risco de infecção é considerado baixo.
Alguns fatores ainda estão sob investigação, como o fato de, em alguns países, pacientes não terem estado no continente africano ou tido contato com animais doentes, mas frequentarem áreas aglomeradas ou favoráveis ao contato direto com outras pessoas.
Além disso, também foi registrado um predomínio de casos envolvendo homens que mantêm relações sexuais com outros homens. Essa questão levantou dúvidas sobre a forma de transmissão, criando a possibilidade do contágio ter acontecido por via sexual.
Confira:
O sintoma mais característico da varíola dos macacos são lesões de pele. Inicialmente surgem pequenas bolhinhas que, com rapidez, aumentam e se transformam em bolhas com pus. Ao romperem, provocam a formação de crostas e de pequenas feridas.
Outros sinais que também podem aparecer são mal-estar, ínguas (gânglios aumentados), dor no corpo, febre e dor de cabeça.
Segundo os especialistas, após o contato, os sintomas podem demorar de seis a 21 dias para aparecerem e raramente ocorrem complicações. Entretanto, infecções bacterianas secundárias e o acometimento cerebral (encefalite) devem ser observados.
Um profissional pode suspeitar da varíola dos macacos e fazer um diagnóstico a partir de histórico de viagem para locais onde a doença tem maior ocorrência ou por contato com animais e pessoas enfermas.
Segundo a nota da SBD, entre as principais medidas de prevenção que podem ser seguidas pelas autoridades competentes estão:
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