Redação Publicado em 09/02/2022, às 13h00
Menstruação é algo desconfortável para muita gente, afinal, a maioria das pessoas que menstruam sente algum nível de dor durante essa época do mês. Essa dor, geralmente, é normal e acontece por conta de algumas movimentações no útero.
“O útero é basicamente um grande músculo, em forma de pêra, que se contrai e descama uma vez por mês”, disse à Health Sherry Ross, ginecologista e especialista em saúde da mulher do Providence Saint John’s Health Center, em Santa Monica, Califórnia. “Esse derramamento resulta em quatro a seis dias de sangramento uterino e é carinhosamente conhecido como seu período menstrual.”
Mais da metade das pessoas que menstruam experimentam um ou dois dias de alguma dor menstrual a cada mês, de acordo com o American College of Obstetricians and Gynecologists (Acog).
Você pode já ter ouvido sobre a dor menstrual como outro termo: dismenorreia. Parece um pouco assustador, mas é simplesmente o termo médico para dor menstrual causada por cólicas. A dismenorreia vem em dois tipos: primária e secundária.
A dismenorreia primária, a dor em cólica que vem antes e durante um período menstrual, é causada por uma mudança nos produtos químicos naturais do seu corpo, de acordo com o Acog. Esses produtos químicos – chamados prostaglandinas – são produzidos no revestimento do útero e têm efeitos semelhantes a hormônios, fazendo com que os músculos e os vasos sanguíneos do útero se contraiam. No primeiro dia de menstruação, as prostaglandinas estão em grande quantidade. Mas à medida que o revestimento uterino é eliminado (e o sangramento continua), o nível de prostaglandina cai, e é por isso que a dor tende a se tornar menos intensa após os primeiros dias da menstruação.
“A dismenorreia secundária é causada por um distúrbio nos órgãos reprodutivos, como miomas; tumores; endometriose, doença inflamatória pélvica; ou crescimentos em seu útero, ovários ou outros órgãos”, diz Yen Hope Tran, ginecologista do MemorialCare Orange Coast Medical Center, em Fountain Valley, Califórnia. Nesse caso, a dor menstrual geralmente piora ao longo dos dias e dura mais tempo do que as cólicas menstruais regulares.
Cicatrizes de cirurgias anteriores ou um tipo de controle de natalidade chamado dispositivo intrauterino (DIU) também podem causar dismenorreia secundária, acrescenta Tran.
Se suas cólicas menstruais impedem você de ir à escola ou ao trabalho, ou simplesmente sair da cama, Ross recomenda tentar alguns remédios simples para a dor. Contudo, se a sua dor menstrual não responder a esses tratamentos, é hora de marcar uma consulta com seu médico. Eles perguntarão sobre seu histórico médico e poderão fazer um exame pélvico ou exame de imagem para determinar o que está causando a dor e qual tratamento pode ajudar a aliviá-la.
Em casos extremos de dor menstrual, seu médico pode recomendar pílulas anticoncepcionais hormonais, que interrompem a ovulação e diminuem a gravidade das cólicas menstruais, de acordo com a Clínica Mayo. Hormônios que podem aliviar a dor menstrual também podem ser administrados através de uma injeção, adesivo na pele, implante (colocado sob a pele do braço), anel vaginal ou DIU.
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Para algumas pessoas, remédios caseiros são suficientes para controlar a dor menstrual. Ross sugere tentar o calor de qualquer forma, como mergulhar em um banho de imersão quente ou aplicar uma toalha embebida em água quente, uma bolsa de água quente ou uma almofada de aquecimento elétrico na área onde você sente cólicas. “Tudo isso ajuda a aliviar as cólicas, aumentando o fluxo sanguíneo e relaxando os músculos”, explica ela. “O calor também tem um efeito analgésico (bem-estar)”.
Técnicas de massagem, descanso e relaxamento, como respiração profunda, meditação e ioga, são outras coisas para tentar aliviar a dor menstrual, diz Tran.
Os especialistas também recomendam considerar uma revisão da dieta. Se você consome muita cafeína, álcool e alimentos com altos níveis de sal, que podem causar desidratação e restringir o fluxo sanguíneo, convém substituí-los por alimentos ricos em vitaminas E, B1 e B6; magnésio; zinco; e ácidos graxos ômega-3 (pense nas linhas de uma dieta mediterrânea baseada em vegetais, e você não errará muito).
Ross sugere adicionar muitos alimentos à base de água, que ajudam na hidratação, incluindo morangos, mirtilos, aipo, pepino, alface e melancia. “Adicionar gengibre à água quente é outro remédio útil”, observa ela.
"Em geral, tente se manter ativa todos os dias (tente caminhar, nadar ou andar de bicicleta), dormir oito horas por noite, não fumar e tomar medidas para reduzir o estresse em sua vida", aconselha Tran.
Se a dor menstrual for acompanhada de náuseas ou vômitos, ou se a intensidade da dor piorar a cada ciclo, não demore para procurar ajuda médica. “Isso exige um ultrassom o mais rápido possível para descartar um cisto ovariano aumentado, miomas ou endometriose”, adverte Tran.
Via: Health
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