Pesquisa feita com norte-americanas mostra que tipo de destino é mais propício para a experimentação sexual
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h29 - Atualizado às 23h56
O objetivo do estudo era determinar os destinos turísticos mais propícios para a exposição das mulheres ao sexo. Para isso, as entrevistadas foram convidadas a avaliar 23 práticas ou situações de acordo com sua percepção de grau de risco, como, por exemplo, transar sem camisinha com um estranho, ou trocar intimidades com um desconhecido sob influência de álcool ou drogas.
O trabalho, das pesquisadoras Liza Berdychevsky, da Universidade de Illinois, e Heather Gibson, da Universidade da Flórida, foi publicado na revista online Tourism Management.
Segundo elas, certos ambientes ou destinos turísticos geram uma espécie de sensação alterada da realidade, o que pode aumentar a propensão a situações de experimentação sexual sem uma percepção tão clara dos riscos e das consequências a longo prazo.
As entrevistas deixaram claro que o consumo elevado de álcool foi o principal facilitador de práticas sexuais de risco. A bebida, segundo os relatos das mulheres, foi usada como desculpa ou mesmo para tomar coragem de experimentar algo diferente em relação ao sexo. O uso de roupas mais insinuantes, assim como o prazer de estar longe da rotina e das expectativas sociais foram outros fatores apresentados por elas para justificar o risco sexual.
A ideia de nunca mais ver o parceiro de novo, e a possibilidade de manter o anonimato foi outro fator motivador para muitas mulheres, mas algumas até relataram que o risco, em si, era o que mais estimulava a buscar novas experiências durante as viagens de férias.
Para Berdychevsky, todos esses aspectos ajudam as mulheres a se libertarem de barreiras psicológicas e inibições. Além de fazer com que sintam novas emoções, a experimentação sexual traz uma sensação de empoderamento ao voltar para casa.
A pesquisa também constatou que mulheres que já tinham se envolvido, antes, com algum turista tinham uma noção maior do perigo de certos comportamentos.
O sexo com penetração sem camisinha foi a atitude classificada como a de maior risco pelas entrevistadas. No entanto, muitas mulheres subestimaram os riscos de atividades sexuais sem penetração e superestimaram o grau de proteção oferecido pelas camisinhas. Vale lembrar que o preservativo nem sempre garante 100% de proteção contra algumas infecções, como o HPV.
Para as pesquisadoras, os resultados mostram que é preciso valorizar essas informações em campanhas de prevenção específicas para esse público. Viajar é uma delícia, assim como fazer sexo. Só é preciso ter sempre em mente que as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) não tiram férias.