Redação Publicado em 25/01/2022, às 15h00
São incontáveis os perfis na internet que compartilham fotos e vídeos do dia a dia das crianças. Esse é um fenômeno recente, que se fortaleceu com a chegada e crescimento das redes sociais.
Conhecida como “sharenting”, termo em inglês que une as palavras “share” (compartilhar) e “parenting” (paternidade), essa prática pode acabar expondo de forma indevida informações pessoais de crianças e, consequentemente, colocá-las em uma situação de vulnerabilidade.
Esse é o assunto debatido no novo episódio do programa Famílias em Pauta, vinculado ao projeto “Pediatria para Famílias” da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que aborda questões relevantes sobre saúde e bem-estar que impactam o cotidiano de crianças e adolescentes.
Os pediatras envolvidos no projeto destacam a importância dos pais e responsáveis compreenderem quais são os benefícios, riscos e regras do sharenting, já que é uma prática com potencial de provocar consequências graves.
As crianças e adolescentes são “nativos digitais”, ou seja, jovens nascidos totalmente imersos em uma realidade em que há disponibilidade de informações rápidas e acessíveis na internet. Entretanto, a neurociência já alertou sobre os impactos negativos que o uso inadequado das redes sociais, telas e novas tecnologias pode causar.
Confira:
Por essa razão, os especialistas alertam sobre a importância dos pais mediarem e ensinarem os filhos sobre segurança e privacidade na internet. Seja criança ou adolescente, não é possível saber de fato quem está do outro lado da tela. Assim, aliciadores que utilizam e divulgam as imagens em redes de pornografia e pedofilia podem ser uma ameaça real.
Além disso, os profissionais defendem que crianças não devem ter perfis em redes sociais, como acontece nos Estados Unidos, onde a lei só permite a criação de contas a partir dos 13 anos.
De acordo com eles, os pequenos não têm estrutura cognitiva e emocional suficientes para lidar com a exposição pública e suas possíveis consequências. Assim, é fundamental que os pais realizem a supervisão do uso de telas de crianças e adolescentes.
No vídeo, os especialistas também alertam sobre os haters – nome dado aos usuários de redes sociais que fazem ataque aos perfis. Eles abordam como os pais devem orientar seus filhos em situações como essa, as consequências emocionais sobre as crianças que se tornam celebridades ainda na infância, a importância do limite quanto ao uso de telas, entre outras questões relevantes.
Como essa tendência de compartilhar excessivamente imagens e vídeos de crianças nas redes sociais ainda é nova, as possíveis repercussões que isso trará para a vida delas ainda são desconhecidas - e é exatamente esse fato que preocupa.
Uma coisa é certa: os pais que optam por não compartilhar conteúdo de maneira exagerada de seus filhos na internet preservam também a saúde mental futura deles. Além disso, de acordo com a SBP, não são apenas os pais que devem ser cuidadosos, familiares e cuidadores também precisam estar cientes das consequências que essa exposição pode trazer.
Os pais que desejam publicar fotos e vídeos de seus filhos on-line podem adotar algumas medidas de proteção para garantir que o conteúdo não seja usado para fins maliciosos. Por exemplo, é possível limitar o público de postagens para que apenas pessoas confiáveis possam ver.
O que nunca deve ser compartilhado:
Assista ao episódio na íntegra: