Você fica mais estressado em casa ou no trabalho?

Todo mundo acha que o trabalho é nossa maior fonte de estresse, mas um estudo mostra que a realidade não é bem assim

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h14 - Atualizado às 23h57

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Todo mundo acha que o trabalho é nossa maior fonte de estresse, e que chegar em casa é uma delícia. Mas um estudo feito nos EUA e publicado semana passada no The New York Times mostra que não é bem assim. Pelo menos não para todo mundo.

Pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia testaram os níveis de cortisol de 122 trabalhadores. O hormônio costuma aumentar quando estamos em situações de estresse. As coletas foram feitas de segunda a sexta enquanto eles estavam no trabalho e em casa, e nos fins de semana.

Apesar de ser um estudo pequeno, os resultados foram bem curiosos. Todo mundo apresentou níveis mais baixos de cortisol no fim de semana, o que não é nenhuma novidade. Mas, de segunda a sexta, os níveis detectados em casa foram bem mais altos do que no trabalho.

Para os pesquisadores, muita gente encara o emprego como um refúgio para os problemas do dia a dia. Isso não significa que esses indivíduos não gostem do parceiro(a) ou das crianças, por exemplo. Mas, para eles, as responsabilidades de casa exercem uma pressão maior.

Além disso, o trabalho às vezes pode ter, mesmo, uma função terapêutica: a pessoa está envolvida com o momento presente, focada em uma tarefa e em contato com outras pessoas – tudo isso pode ajudar a reduzir o estresse.

Os pesquisadores também entrevistaram os participantes e, apesar de os níveis do hormônio terem sido mais altos em casa para ambos os sexos, a percepção do estresse foi diferente. Enquanto a maioria dos homens relatou ser mais feliz em casa do que no trabalho, o resultado foi oposto para as mulheres. Isso porque elas costumam ter mais tarefas domésticas do que os homens – a tal da dupla jornada.

Para o autor do estudo, que será publicado no periódico Social Science & Medicine, uma saída para diminuir essas diferenças seria oferecer aos empregados jornadas mais flexíveis. Isso daria um pouco mais de tempo para as pessoas se dedicarem a tarefas domésticas e, assim, ficar em casa não seria tão estressante nos dias de semana.

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