Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h45 - Atualizado às 23h54
Um estudo revela que pessoas que têm empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender seus sentimentos, interpretam mais intensamente as expressões faciais dos cães.
Pesquisadores das universidades de Helsinque e Aalto, na Finlândia, descobriu que essa característica pode influenciar até mais a avaliação das expressões caninas do que experiências anteriores com o animal. Isso porque o rosto é um estímulo biologicamente importante para os seres humanos.
Com base em estudos anteriores, a equipe sabia que pessoas mais empáticas avaliam as expressões dos outros com mais rapidez, precisão, frequência e intensidade. Por isso, eles decidiram checar se isso teria algum impacto na avaliação de fotos de diversos cães.
Os autores, coordenados por Miiamaaria Kujala, comentam, no trabalho, que a comunicação baseada em expressões faciais tem sido estudada em mamíferos sociais há muito tempo. Até Charles Darwin percebia semelhanças nas expressões de certos animais.
Um outro grupo de pesquisa finlandês, da Universidade de Helsinque, já havia demonstrado que os cães reconhecem claramente as expressões ameaçadoras de seres humanos e de outros cães. No trabalho atual, a equipe percebeu que isso também acontece com os humanos, com a diferença que as pessoas acham as expressões caninas até mais intensas, nesse caso.
Só para reconhecer a felicidade dos cães é que experiência fez diferença. Os treinadores que participaram do estudo foram mais propensos a ver expressões felizes nos bichos do que as outras pessoas.
Os pesquisadores avisam, porém, que muitas dessas pessoas interpretam em excesso as expressões dos bichos. Isso significa que a avaliação não é confiável (lembrando que, no experimento, os participantes só podiam observar o rosto dos cachorros, e não sua expressão corporal). De qualquer forma, se um conhecido seu achar que o cão da foto acima está sorrindo, você já pode concluir que ele deve ter empatia.