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Volta às aulas: pediatra Ana Escobar ajuda a diferenciar gripe e Covid

Só há uma forma possível para diferenciar os casos de gripe dos de Covid-19: testar - iStock
Só há uma forma possível para diferenciar os casos de gripe dos de Covid-19: testar - iStock

Redação Publicado em 09/08/2021, às 11h00

Estamos no auge do inverno e crianças e adolescentes estão voltado às aulas presenciais pelo país. Todos sabemos que os pequenos são mais suscetíveis às doenças respiratórias, especialmente à gripe. Porém, como estamos no meio de uma pandemia, como diferenciá-la da Covid-19? A pediatra Ana Escobar, professora livre docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) ajuda a entender melhor cada uma.

“As doenças respiratórias causadas por vírus geralmente apresentam um quadro clínico inicial muito semelhante: febre, que pode ser alta ou baixa no início, dores pelo corpo, dor na cabeça, na garganta, falta de apetite e às vezes diarreia e náusea. As crianças ficam mais irritadas, ou mais molinhas, principalmente quando vem a febre. Portanto, por estes indícios, pode ser tanto gripe quanto Covid-19”, explica a médica.

Neste caso, só há uma forma possível para os diferenciar: testar. O exame que detecta a presença do vírus no organismo é essencial para sabermos se aqueles sintomas significam que a pessoa está contaminada pelo novo coronavírus – que causa a Covid-19 – e deve, portanto, seguir os protocolos de isolamento e as orientações médicas pertinentes a cada um. A Covid 19 pode apresentar alguns sintomas bastante característicos em adultos, principalmente, como a tosse que é mais seca, a perda de olfato e do paladar. Mas, em crianças, esses sintomas podem não ser tão característicos e, para os pequenos, difíceis de identificar. Portanto, só os testes – em adultos e crianças – é que têm validade para nos confirmar ou descartar a Covid-19.

Mas quanto tempo depois dos sintomas devemos fazer o teste? Segundo Ana Escobar, o ideal é esperar o terceiro dia de sintomas para testar. Até lá, é importante que a pessoa com suspeita de Covid-19 fique isolada dos familiares, e isto vale tanto para crianças quanto para adultos.

“Os adultos podem ficar preferencialmente em um ambiente da casa, como um quarto, se houver um à disposição. Se não houver, importante ficar de máscara e fazer as refeições longe dos outros. Se for uma criança, normalmente a orientação é que os adultos fiquem de máscara, pois sabemos que é difícil manter uma criança pequena de máscara o tempo todo em casa ou fechada no quarto. Em qualquer situação, lembrem-se de ventilar os ambientes. Isso é muito importante para diminuir a quantidade de vírus no ar”, aconselha a médica.

Sobre os testes, ela conta que o teste “padrão ouro” é o RT-PCR, que é colhido na nasofaringe. Hoje em dia, há um outro, chamado PCR-LAMP, que é feito na saliva e tem, segundo os estudos, 90% de correspondência com o “padrão ouro”. “O teste que pesquisa antígenos do vírus na nasofaringe não é tão apurado como o RT-PCR e pode dar resultados falso-negativos. Os testes chamados de ‘rápidos’, feitos no sangue de uma picada no dedo, não oferecem resultados confiáveis e não fazem o diagnóstico de uma infecção aguda”, diz a pediatra.

Tratamento

Ana Escobar faz as seguintes recomendações nos casos de Covid-19 e de gripe em crianças:

  • Consulte o pediatra e siga as instruções médicas;
  • Permaneça em isolamento social. O ideal é que a criança tenha contato apenas com quem está cuidando dela, que também deve se prevenir com o uso de máscara e higiene das mãos;
  • Mantenha os ambientes ventilados para diminuir a quantidade de vírus no ar;
  • Não mande os filhos para a escola até que tenham recebido alta médica;
  • Mesmo após a cura da criança, a família toda deve continuar seguindo as medidas sanitárias enquanto durar a pandemia, com o uso correto de máscaras, higiene das mãos, ambientes arejados e distanciamento social, evitando aglomerações para prevenir novas contaminações.

Nesse cenário, também é fundamental cuidar do equilíbrio emocional dos pequenos. “As crianças devem manter uma rotina que envolve escola, tarefas domésticas e momentos de lazer. Mais importante: reservem um momento da família, como, por exemplo, a hora do jantar, para conversar; sem telas, sem celulares, onde todos possam se colocar e falar abertamente”, conclui a especialista.

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