Fatores hormonais, genéticos e ambientais atuam como as principais causas para seu surgimento
Lilian Akemi Ota Publicado em 22/03/2021, às 20h07
A alopecia androgenética é a principal causa de queda de cabelos em mulheres adultas no mundo inteiro, causando enorme impacto emocional e afetando grandemente a qualidade de vida dessas mulheres.
Apesar de sua alta frequência, sua causa ainda não é totalmente conhecida pela medicina, mas sabe-se que fatores hormonais, genéticos e ambientais atuam como as principais causas para seu surgimento.
O termo "alopecia androgenética" foi assim designado devido à ação de hormônios masculinizantes, produzidos pela mulher, que afetam diretamente na queda e miniaturização dos folículos pilosos. Entretanto, ao contrário dos homens, que apresentam calvície localizada em graus variados, na mulher a queda dos fios se dá de forma mais difusa.
Peça chave da feminilidade representada inúmeras vezes e em todos os tempos por pintores e escultores, o cabelo é um dos principais símbolos que representam a mulher e, por isso, perdê-los ou ter poucos fios determinam enorme impacto psicológico e emocional.
A perda de cabelos pode iniciar-se a partir dos 30 anos com piora no período da menopausa, por volta dos 50 anos. Sua incidência é maior nas causasianas e menor nas asiáticas e afrodescendentes.
O quadro caracteriza-se pela diminuição da quantidade dos fios, aumento de espaços vazios no couro cabeludo (por queda difusa) e afinamento dos cabelos, gerando diminuição de sua densidade. É comum a perda de mais de 50% da espessura do fio.
Mulheres com ovários policísticos e hiperplasia adrenal congênita têm maior chance de apresentar algum grau de alopecia androgenética, associada à acne e hirsutismo (aumento de pelos em outras áreas).
Outras alterações devem ser investigadas, como alterações da tireoide e anemia.
O estresse oxidativo é outra causa importante para a queda de cabelos. Entende-se por estresse oxidativo a maior produção de radicais livres pelas células do folículo piloso, levando ao dano do próprio folículo e consequente queda dos fios. Isso pode ocorrer por diversos fatores. Podemos destacar:
O tratamento visa principalmente a repilação e a interrrupção da queda dos fios. Uma investigação detalhada deve ser dirigida pelo dermatologista a fim de descartar possíveis causas internas que estejam associadas ou causando o problema.
A tricoscopia (análise do fio e do couro cabeludo através do dermatoscópio) é um exame bastante importante, realizado pelo dermatologista, e pode ser de grande ajuda no diagnóstico e possível abordagem terapêutica.
O minoxidil é a substância mais utilizada e com maior eficácia no tratamento da alopecia androgenética. Ela age na repilação e no aumento da espessura dos fios. É utilizado nas suas formas oral e tópica. Pode ter efeitos adversos em alguns casos, como taquicardia, sinais de hipotensão e hipertricose (aumento de pelos em outras áreas do corpo). Assim, nunca tome esta medicação por conta própria!
O acetato de ciproterona é um antiandrógeno e também é utilizado. Nas mulheres jovens, a espironolactona pode ser uma boa opção.
A finasterida, medicação bastante utilizada para tratar alopecias em homens, pode ser utilizada, mas em doses maiores. Mulheres que pretendem engravidar não podem tomar este medicamento.
Nutricosméticos à base de vitaminas, sais minerais, aminoácidos e silício orgânico são outra opção para o tratamento via oral.
Topicamente, loções à base de minoxil, 17-alfa-estradiol e finasterida são bastante utilizados.
Outras opções realizadas nos consultórios de dermatologia são o microagulhamento e o laser de baixa potência.
Outra terapia bastante empregada nos Estados Unidos, porém, aqui no Brasil ainda não liberada pelos órgãos de vigilância sanitária, é a infusão de PRP (plasma rico em plaquetas), cujos estudos brasileiros preliminares demonstraram ótimos resultados.
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