Melasma: saiba como evitar e tratar essas manchas de pele

Seu surgimento na gravidez é bastante comum e, nesse caso, é chamada de cloasma

Lilian Akemi Ota (dermatologista) Publicado em 30/03/2021, às 17h18

O aparecimento das manchas ocorre pelo aumento da atividade de células produtoras de pigmento - iStock

Melasma é uma dermatose (doença de pele) benigna bastante frequente, que afeta milhões de pessoas no mundo e se caracteriza pelo aparecimento de manchas escuras, geralmente acastanhadas. Elas são mais comuns na face e, raramente, podem aparecer no pescoço, região do colo e braços.

Acomete mais mulheres em idade fértil e com fototipos intermediários – classificação do tipo de pele que leva em consideração a quantidade de melanina. Quanto mais alto o fototipo mais escura é a pele.

Quais os gatilhos?

Seu surgimento durante a gravidez é bastante comum e, nesse caso, a alteração se denomina cloasma.

A causa para o seu aparecimento ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que fatores genéticos, exposição solar, fatores hormonais e uso de determinados medicamentos ou cosméticos podem provocar o surgimento do problema.

O aparecimento das manchas ocorre pelo aumento da atividade de células produtoras de pigmento, os melanócitos, associado à ação dos raios ultravioleta. Assim, a patologia é mais comum em países e regiões onde a radiação é mais alta.

Antigamente achava-se que somente o sol era capaz de causar o melasma, entretanto, estudo mais recentes verificaram que até a luz artificial das lâmpadas e computadores podem acarretar a piora das manchas.

Como tratar?

Após a avaliação clínica do dermatologista, onde descartamos quaisquer patologias de origem endócrina ou outra possível causa para o surgimento das manchas, o tratamento visa basicamente a fotoproteção através de filtros solares eficazes e, em geral, com  cor, para ampliar o espectro da fotoproteção, juntamente associados com a aplicação noturna de substâncias de ação clareadora.

As substâncias mais utilizadas para o tratamento são:  ácido retinoico, hidroquinona, ácido glicólico, ácido kójico, corticoesteroides tópicos, vitamina C, ácido azelaico e cisteamina.

Em geral, o dermatologista pode associar ao tratamento a realização de peelings químicos de ácido retinoico, ácido glicólico, peeling de Jessner e ácido tricloroacético, entre outros, sempre em consultório.

Além dos peelings, outras opções de tratamento são o microagulhamento com “drug delivery” (aplicação de substâncias ativas clareadoras realizadas no ato do microagulhamento), luz intensa pulsada e laser específico para tratamento de melasma. Lembrando que uma análise muito cuidadosa deve ser realizada para tratar o melasma através de equipamentos  com emissão de luz, pois, se mal indicado ou realizado por profissional desqualificado, o problema pode piorar.

Filtro solar o ano inteiro

Apesar de todo este arsenal para tratar o melasma, uma vez que o problema se instala não existe um tratamento onde o dermatologista possa garantir a sua cura, pois, à cada nova exposição solar, as manchas podem retornar.

Assim, o paciente deve ser orientado de que o tratamento é contínuo, com uso obrigatório de filtro solar o ano inteiro e mesmo dentro de casa e muitas vezes algum tipo de clareador deverá também ser usado como manutenção do  tratamento primordial.

 

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