Lilian Akemi Ota Publicado em 13/06/2021, às 09h00
A micose nas unhas (onicomicose) é uma doença bastante comum no mundo inteiro e é causada por um grupos de fungos que se alimentam da queratina das unhas.
Afeta, na sua maioria, homens e mulheres adultos, sendo rara nas crianças. Também é mais comum nas unhas dos pés, embora também possa ocorrer nas unhas das mãos.
Ambientes quentes e úmidos são favoráveis para o crescimento de fungos. Por isso a micose é bastante comum em países tropicais, como o nosso.
Entretanto, não é só o clima quente que favorece o crescimento e a instalação do fungo nas unhas. Em países de clima frio esse tipo de micose também é comum, devido à utilização de calçados e meias que abafam os pés e facilitam a sudorese.
Hábitos de higiene, ou melhor, a falta deles, favorecem o crescimento desse microorganismo.
Traumas repetidos nas unhas (práticas desportivas que levam ao trauma da lâmina ungueal ou a retirada das cutículas), doenças que afetam a imunidade, diabetes, alterações circulatórias ou presença de umidade constante também podem favorecer a instalação do fungo nas unhas.
As unhas podem ser afetadas apenas superficialmente, com o surgimento de manchas esbranquiçadas sobre seu leito, ou podem se tornar manchadas, espessas e com aspecto corroído.
As formas de contágio mais comuns são quando uma micose já existente no pé passa para a unha, bem como o uso de alicates contaminados.
O diagnóstico é feito pelo dermatologista e confirmado através de exame de raspado da lesão (micológico direto) e cultura para identificar o tipo de fungo parasita. O tratamento precoce é o mais indicado, pois, quanto mais unhas acometidas, mais demorada torna-se a cura da onicomicose.
Existem medicamentos via oral e tópicos, à base de esmalte, no combate ao fungo. As substâncias utilizadas para o tratamento tópico são: a amorolfina, o ciclopirox e o tioconazol. Para o tratamento via oral, podemos utilizar a terbinafina, a griseofulvina, o itraconazol e o fluconazol.
Remédios caseiros e fitoterápicos são muito utilizados, porém com pouquíssima ou nenhuma eficácia. Na maioria dos casos, a tentativa só agrava o problema devido ao tempo perdido.
O laser de baixa intensidade também tem sido utilizado para os casos mais resistentes ou de repetição.
Nos casos onde a micose afeta quase que a totalidade da unha podemos indicar sua retirada, mas ainda assim devemos tratar o leito ungueal.
Muito cuidado deve ser tomado ao prescrever medicamentos por via oral. Nunca o paciente deve tomar esses remédios sem o acompanhamento do dermatologista, pois há riscos graves de interação medicamentosa. Além disso, deve-se considerar a idade do paciente e possíveis doenças de base.
Outro fator de extrema importância para evitar fungos é a higiene adequada.
O primeiro passo é: nunca vá dormir sem tomar banho! O banho da noite, ou quando chegamos em casa após um dia de trabalho ou estudo, serve para retirar todo o suor do corpo e também os possíveis germes patogênicos.
Tenho visto muitas pessoas que costumam ir para cama sem tomar banho quando chegam da rua. Assim, dormem com o suor acumulado durante o dia. O corpo se aquece embaixo dos lençóis e, dessa forma, está criado o meio de cultura propício para o crescimento dos germes!
Devemos nos preocupar, ainda, com os calçados, pois eles também ficam "doentes". Coloque-os no sol ou para arejar. Nunca guarde seu sapato no armário assim que chega em casa. Deixe-o respirar, mas antes aplique um aerossol antisséptico. Existem vários no mercado brasileiro.
Use sempre meias de algodão, mesmo as sociais, evitando os tecidos sintéticos, e troque-as diariamente. Nada de usar a mesma meia por mais de um dia!
Caso sue muito nos pés, existem desodorantes que podem diminuir o problema. Além disso, pode-se, também, utilizar os talcos secativos ou antissépticos.
Por fim, nunca tome banho descalço em banheiros fora da sua casa (como de hotéis ou clubes). Faça sempre uso de chinelos.