Por desconhecimento das pessoas, indivíduo com psoríase pode sofrer discriminação
Lilian Akemi Ota Publicado em 05/07/2021, às 14h32
A psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, comum em nosso meio, NÃO CONTAGIOSA, de causa desconhecida e que afeta pessoas de todos os gêneros, desde crianças até adultos.
Apesar de sua causa não ser totalmente conhecida, sabemos que fatores hereditários e imunológicos (doença autoimune) têm grande influência no aparecimento da doença.
Dessa forma, existe maior probabilidade de a psoríase acometer parentes em famílias onde existam pessoas já acometidas pela doença.
Devido a uma desordem autoimune, as células de defesa (linfócitos T) produzem substâncias que desencadeiam a inflamação da pele.
Dessa forma, as células epiteliais atacadas começam a se reproduzir de forma acelerada, levando a um excesso de descamação e formação de placas que pode afetar todo o corpo, inclusive o couro cabeludo e unhas.
Em geral, esses ataques ocorrem na forma de surtos, com períodos de melhora e piora.
Fatores emocionais e ambientais estão bastante envolvidos e podem desencadear ou piorar os surtos de psoríase.
Os sintomas mais comuns são descamação em placas nas áreas de extensão como joelhos, cotovelos, dedos das mãos e pés.
Em geral, as escamas são secas, brancas ou brilhantes. Podem ou não coçar. Muitas vezes são acompanhadas de feridas que sangram. É comum o aparecimento de infecção bacteriana pelo ato de coçar ou manipular as lesões.
A doença também pode surgir como pequenos botões disseminados no tórax e membros, ou serem restritos às mãos e pés com engrossamento da pele nessas regiões (hipequeratose).
No couro cabeludo, as lesões costumam se apresentar como placas com fundo avermelhado e escamas aderentes ao couro, podendo invadir a face e pescoço.
Quando afeta as áreas de dobras como axilas e virilhas, é chamada de psoríase invertida.
Casos mais severos podem ter toda pele do corpo acometida, gerando vermelhidão e descamação generalizada.
Por desconhecimento da doença pelas pessoas em geral, o indivíduo com psoríase, muitas vezes, sofre algum tipo de discriminação que pode restringir seu contato social e provocar problemas psicossociais, principalmente, nas crianças.
Em muitos casos, a psoríase pode estar associada com alterações articulares e do trato gastrointestinal.
O tratamento vai depender do grau de acometimento cutâneo e de outros órgãos.
Quando somente localizada na pele e com poucas lesões, o tratamento tópico é o mais indicado. Na maioria dos casos, o dermatologista orienta a utilização de cremes ou pomadas à base de corticosteroides, podendo-se associar ácido salicílico ou algum agente queratolíco, ou seja, substância que ajuda a eliminar as escamas e afinar as lesões.
Outro ativo de escolha são as pomadas de calcipotriol, que é um análogo sintético da vitamina D, cuja ação é o de inibir a diferenciação acentuada das células basais do epitélio e com isso diminuir a descamação.
Outras substâncias tópicas, como o coltar, pimecrolimo e tacrolimo, também podem ser utilizadas.
A fototerapia natural com exposição solar ou através de aparelhos (centros de fototerapia) podem ser de grande ajuda. Em geral, o dermatologista orienta junto à sessões de fototerapia medicamentos de uso oral (psoralenos) que aumentam a absorção da radiação ultravioleta. Entretanto, o paciente deve ser bem orientado para não apresentar queimaduras durante este tipo de tratamento.
Quadros mais severos ou extensos vão necessitar de medicação de uso sistêmico. As medicações mais comumente escolhidas são o metotrexato, ciclosporina e agentes imunomodulares mais comumente conhecidos como biológicos.
Apesar de existirem vários tratamentos e medidas para o seu controle, não existe ainda uma cura para a psoríase. Assim, é importante lembrar que a hidratação correta e contínua da pele é muito importante e deve sempre estar presente nos cuidados diários do paciente com psoríase.
Para os casos que acometem o couro cabeludo existem xampus e loções específicos que podem controlar o quadro.
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