Os relacionamentos monogâmicos não foram sempre padrão na história humana: análises genéticas apontam que sua consolidação se deu entre 10.000 e 20.000 anos atrás.
O período temporal da consolidação da monogamia coincide com o surgimento das primeiras sociedades com características mais sedentárias e com a revolução agrícola.
A monogamia, portanto, provavelmente se estabelece com a migração de um padrão de nomadismo para a convivência em grupos.
Os homens, então, passaram a acumular mais riquezas e se tornou interessante que as heranças continuassem na família do homem. Assim nasceu o patriarcado, que consolida de vez a monogamia.
A não monogamia, portanto, surge como uma negação à monogamia, criando novas propostas de relacionamentos que questionam os efeitos da monogamia para a sociedade.
Se na monogamia as pessoas têm exclusividade afetiva e sexual, qualquer relação afetiva em que não há essa exclusividade pode ser considerada não monogâmica.
Dentro da não monogamia, diversos arranjos são possíveis, desde que as pessoas envolvidas estejam cientes sobre os acordos, vontades, desejos e envolvimentos "permitidos".
A não monogamia não é uma "permissão para trair", afinal, traição é um conceito relacionado à monogamia, mas sim uma proposta de entender as diferentes formas de relação humana.
Dentro do guarda-chuva da não monogamia existem várias formas distintas de relação, como: amor livre, poliamor, anarquia relacional e relacionamento aberto.
Para quem quer saber mais e até botar em prática, o primeiro passo é discutir com o(a) parceiro(a) para ver se estão na mesma "vibe". Não adianta uma pessoa querer e a outra não!
Como em qualquer relação, a não monogamia também exige muita conversa e estabelecimento de acordos e limites, que podem ser revistos e reavaliados.
Lembre-se que pode rolar insegurança e, por isso, é importante fortalecer a relação e fazer experiências. Se os dois querem, mas não conseguem, discutir isso em terapia pode ser interessante.