Jovens que bebem sozinhos têm mais problemas com álcool no futuro

Estudo sugere que o comportamento é um forte fator de risco para transtorno do uso de álcool

Milena Alvarez Publicado em 09/11/2022, às 16h30

O álcool está presente em situações sociais, mas é fundamental saber administrar seu consumo - Arte

No episódio do podcast “Dose de Responsabilidade” dessa semana, Jairo Bouer comentou um novo estudo que sugere que beber sozinho pode levar a futuros problemas com o álcool. O trabalho realizado pela Universidade Carnegie Mellon (Estados Unidos) mostra que beber só na adolescência ou na juventude aumenta fortemente o risco de transtorno do uso de álcool mais tarde na vida. Essas chances são ainda maiores para as mulheres. 

Segundo os pesquisadores, a maioria dos jovens que bebe faz isso com outros em ambientes sociais. Porém, uma minoria substancial está bebendo sozinha e esse comportamento pode ser um forte fator de risco para problemas com álcool no futuro. Vale lembrar que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é um problema de saúde pública em todo o mundo.

Como o estudo foi feito?

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de 4.500 adolescentes que  responderam a perguntas sobre seus padrões de uso de álcool e se bebiam sozinhos ou acompanhados. Todos foram acompanhados por 17 anos, fornecendo informações sobre o uso e sobre o consumo solitário quando jovens (23/24 anos) e relatando sintomas de transtorno do uso de álcool na idade adulta (35 anos).

Confira:

35% mais chances

Os resultados mostraram que adolescentes e jovens adultos que bebiam sozinhos apresentaram maior risco de sintomas do transtorno de uso de álcool na idade adulta em comparação a seus pares que só bebiam em ambientes sociais.

Esse risco chega a ser 35% maior para adolescentes e 60% para adultos jovens que faziam o consumo solitário. Além disso, as meninas (adolescentes e jovens adultas) que bebiam sozinhas pareciam estar em risco particularmente maior para futuros problemas com álcool.

As descobertas também mostraram que 25% dos adolescentes e 40% dos jovens adultos relataram beber sozinhos. Esses achados sugerem que intervenções direcionadas podem ser úteis para educar e informar esses grupos, especialmente as mulheres jovens.

É importante recordar também que na pandemia, com as restrições de contato social e isolamento, muitos jovens e adolescentes podem ter começado a beber sozinhos, o que mostra que é essencial estar atento aos padrões de consumo de álcool nesse momento pós-pandêmico.

 Os pesquisadores acreditam ainda que os jovens que bebem sozinhos têm esse comportamento como uma maneira de lidar com emoções negativas, um padrão de uso de álcool que tem sido consistentemente ligado ao desenvolvimento de problemas com a bebida mais tarde na vida. 

Para saber mais sobre este assunto, confira o site DrinqIQ.

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