Seguidor conta que contraiu o vírus no pênis em 2011 e, desde então, ele não voltou a se manifestar
Redação Publicado em 11/08/2022, às 09h00
“Doutor, tive HPV no pênis em 2011 e fiz uma cirurgia, ele nunca mais voltou. Ou seja, estamos em 2022 e ele nunca mais apareceu. Isso quer dizer que meu corpo eliminou de vez o HPV?”
O HPV é um vírus que apresenta um comportamento muito imprevisível. Mas, normalmente, a esmagadora maioria das pessoas elimina o vírus por conta própria, sem nenhum tratamento, remédio ou cirurgia. Ou seja, o nosso sistema imunológico tende a dar “conta do recado”.
Quando, eventualmente, ele se manifesta, há vários tratamentos possíveis, inclusive a cirurgia. Nesse caso, o especialista remove o tecido afetado pelo HPV e a chance de eliminá-lo por completo do organismo é grande. Porém, existe o risco de um pouco do material genético do vírus ter ficado em uma célula.
Por isso é importante, de tempos em tempos, fazer um controle conforme a recomendação médica, mesmo lembrando que em 90% dos casos, depois do tratamento ou da cirurgia, o HPV dificilmente volta “a dar as caras”.
Vale ressaltar ainda que existem diversos tipos de HPV, ou seja, uma pessoa que teve um e deixa de se proteger ou se expõe com frequência pode apresentar uma nova infecção por um outro. Se cuide!
O HPV é a sigla em inglês para o Papilomavírus Humano, que é um grande grupo de vírus extremamente comuns na população e que afetam pele e mucosas.
Existem mais de 100 tipos de HPV, sendo que aproximadamente 14 tipos estão associados ao câncer. A principal forma de transmissão é o contato sexual, inclusive quando não há penetração. Conheça três mitos sobre a condição:
Mito! A infecção por HPV geralmente não apresenta sintomas na maioria das pessoas e, em alguns casos, o paciente pode ficar meses ou anos sem apresentar qualquer sinal de HPV. Para além disso, as famosas verrugas não são a única forma em que a infecção se apresenta. De acordo com o tipo do vírus, a pessoa pode ter manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).
Confira:
Mito! O HPV é responsável por praticamente todos os casos de câncer de colo de útero, que ainda causa muitas mortes no Brasil. Mas ele também pode provocar uma parte dos cânceres de ânus, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe (boca e garganta).
Mito! A vacina contra o HPV é uma das formas de prevenir a infecção, entretanto ela não evita todos os tipos do vírus. A vacina quadrivalente protege contra dois tipos de HPV de baixo risco (6 e 11), que causam verrugas nos genitais ou no ânus e contra outros dois tipos de alto risco (16 e 18), que são os mais associados ao câncer. Por isso, o uso do preservativo nas relações continua importante (inclusive no sexo oral), bem como os exames regulares de papanicolau para as mulheres.
O ideal é que a vacinação seja feita o mais cedo possível, antes de começar a sua vida sexual. Isso porque, vacinando precocemente, a criança fica imunizada antes de um contato com o vírus do HPV. Quanto antes acontece essa proteção, menores são os riscos de verrugas genitais ou de lesões que, eventualmente, podem evoluir para um câncer.
No Brasil, desde 2014, o Ministério da Saúde implementou no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacinação gratuita contra o HPV para meninas de nove a 14 anos e meninos de dez a 14 anos de idade.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), essa faixa etária foi justamente escolhida por apresentar maior desempenho na produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais.
A vacina disponível no programa brasileiro de imunização é a quadrivalente, que protege contra os dois principais tipos de HPV associados ao câncer (tipos 16 e 18), além de outros dois tipos mais associados a verrugas genitais (tipos 6 e 11).
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