Redação Publicado em 10/06/2022, às 09h00
“Doutor, meu namorado não sai mais da academia e fica postando fotos dele malhando no instagram. Ando sem paciência com ele, o que fazer?”
Essa situação pode caracterizar uma questão conhecida como bigorexia, ou seja, uma espécie de obsessão por ser "grande"/ "musculoso". É cada vez mais comum encontrar garotos obcecados com a aparência e esse é um fenômeno que preocupa especialistas.
Em vez de sair com amigos, namorar ou se dedicar aos estudos, o jovem se limita a treinar, a planejar as suas refeições e a postar as fotos nas redes sociais. Sabe-se que boa parte desses meninos não conseguirá atingir o resultado desejado porque existem limitações genéticas - e o treino para crescer desse jeito demanda muito tempo.
Assim, a frustração e a angústia podem surgir, levando à complicação da convivência. A recomendação nesses casos é tentar mostrar o exagero para o outro e conversar sobre por que esse comportamento é incômodo para quem convive com ele.
Confira:
Sentimentos negativos sobre a aparência podem facilmente se traduzir em sentimentos negativos. Essa negatividade, por sua vez, pode afetar a saúde mental e emocional.
Uma imagem corporal negativa geralmente leva à baixa autoestima, o que pode desencadear comportamentos problemáticos, como obsessão por exercícios, dietas extremas ou isolamento social.
A baixa autoestima também pode ser problemática por provocar estresse, ansiedade e solidão, aumentando o risco de depressão e interferindo nos relacionamentos e no desempenho no trabalho ou na escola, de acordo com o Centro de Aconselhamento e Saúde Mental da Universidade do Texas.
Pessoas com uma imagem corporal negativa muitas vezes sofrem de pensamento distorcido. Ou seja, muitas acham que pesam mais do que deveriam ou sentem que precisam ser mais magras para serem felizes.
A preocupação com o corpo também pode ser sintoma de um problema emocional subjacente.
Um estudo descobriu que, em um grupo de 563 mulheres, 40% daquelas com transtorno depressivo ou com qualquer transtorno de ansiedade experimentaram pelo menos um caso de transtorno alimentar, enquanto apenas 11% daquelas sem histórico de depressão ou de ansiedade relataram o mesmo.
Por outro lado, ter uma imagem corporal positiva e alta autoestima pode influenciar os comportamentos e melhorar a qualidade de vida geral, melhorando desde as habilidades de comunicação até o humor, o que pode combater sintomas de ansiedade e de depressão.